Vivendo e convivendo cada vez mais neste mundo mimimi com um
número incontável de pessoas fracas e vitimizadas ao extremo, deparo com várias
mídias exaltando a cada dia das olimpíadas, as características raciais e
sociais dos atletas, principalmente os que recebem alguma medalha.
Os títulos das chamadas vêm recheados de termos como “mulher”,
“negra”, “periferia”, “órfã” e coisas do tipo, como se isso desmerecesse ou
mesmo ao contrário, exaltasse alguém com essas características, por terem
chegado ao pódio ou simplesmente a uma olimpíada.
Reparem que independente das características, os perdedores
são simplesmente citados e esquecidos em segundos. A não ser quando uma super
campeã do primeiro mundo comete falhas nas suas apresentações e resolve “sair
fora” com o discurso de que precisa tratar a mente.
Fraqueza e covardia total. Ou alguém viu o Diego Hypólito abandonar
suas competições após cair sentado em Pequim e de cara em Londres?
Verdadeiros competidores são assim. É muito fácil se manter
no centro iluminado do palco enquanto tudo está dando certo e se esconder no
primeiro erro e na primeira frustração. Sim, pode até ser uma super atleta e
super campeã, mas mostrou que não é uma super competidora e nem mesmo uma super
olímpica. Afinal, olimpíada é uma competição
onde os melhores estão reunidos e os resultados das provas dependem do melhor
condicionamento físico e mental.
Aí após esse abandono da americana, assisto os diversos
canais esportivos do Brasil exaltando que a partir daí, a brasileira Rebeca teria
mais chances. Seria puro desprezo e
desmerecimento com tanto treino e tanta história da brasileira até chegar onde
chegou? Ela só ganharia com a americana de fora? É isso que quiseram dizer?
Foi o que entendi...
No meu ponto de vista, a Receba chegou lá porque se preparou
e encontrou condições para isso. Teve sorte da tia a ter
levado ao ginásio a primeira vez, teve sorte por ter sido reconhecida naquele
momento que tinha potencial para os treinos, teve perseverança de seguir seus
treinos e não abandoná-los após cada dificuldade e cada cirurgia. E enfim, teve
o apoio incondicional do clube que a acolheu e lhe preparou pra estar hoje nas
olimpíadas.
Parem com essa babaquice de destacar os títulos das matérias
de acordo com as características raciais e sociais dos atletas.
Parem de encher o saco com esse vitimismo imbecil caracterizando
as pessoas por suas medalhas.
Há outras Rebecas nessas olimpíadas, que não foram premiadas
e por isso voltaram anônimas pra casa.
Vai entender...