quinta-feira, 24 de março de 2011

Seu pendrive tem blutufe?

Este texto reflete bem a dificuldade que algumas pessoas tem de absorver as novas tecnologias, que realmente estão demais. Algumas vezes, há dificuldade para ligar um simples "dvd". O texto ficou interessante e por isso resolvi postá-lo.

Seu pendrive tem blutufe?
(autor desconhecido)


Haroldo tirou o papel do bolso, conferiu a anotação e perguntou à balconista:
- Moça, vocês têm pendrive?
- Temos, sim.
- O que é pendrive? Pode me esclarecer? Meu filho me pediu para comprar um.
- Bom, pendrive é um aparelho em que o senhor salva tudo o que tem no computador.
- Ah, como um disquete...
- Não. No pendrive o senhor pode salvar textos, imagens e filmes. O disquete, que nem existe mais, só salva texto.
- Ah, tá bom. Vou querer.
- Quantos gigas?
- Hein?
- De quantos gigas o senhor quer o seu pendrive?
- O que é giga?
- É o tamanho do pen.
- Ah, tá. Eu queria um pequeno, que dê para levar no bolso sem fazer muito volume.
- Todos são pequenos, senhor. O tamanho, aí, é a quantidade de coisas que ele pode arquivar.
- Ah, tá. E quantos tamanhos têm?
- Dois, quatro, oito, dezesseis gigas...
- Hmmmm, meu filho não falou quantos gigas queria.
- Neste caso, o melhor é levar o maior.
- Sim, eu acho que sim. Quanto custa?
- Bem, o preço varia conforme o tamanho. A sua entrada é USB?
- Como?
- É que para acoplar o pen no computador, tem que ter uma entrada compatível.
- USB não é a potência do ar condicionado?
- Não, aquilo é BTU.
- Ah! É isso mesmo. Confundi as iniciais. Bom, sei lá se a minha entrada é USB.
- USB é assim ó: com dentinhos que se encaixam nos buraquinhos do computador. O outro tipo é este, o P2, mais tradicional, o senhor só tem que enfiar o pino no buraco redondo. O seu computador é novo ou velho? Se for novo é USB, se for velho é P2.
- Acho que o meu tem uns dois anos. O anterior ainda era com disquete. Lembra do disquete? Quadradinho, preto, fácil de carregar, quase não tinha peso.
O meu primeiro computador funcionava com aqueles disquetes do tipo bolacha, grandões e quadrados. Era bem mais simples, não acha?
- Os de hoje nem têm mais entrada para disquete. Ou é CD ou pendrive.
- Que coisa! Bem, não sei o que fazer. Acho melhor perguntar ao meu filho.
- Quem sabe o senhor liga pra ele?
- Bem que eu gostaria, mas meu celular é novo, tem tanta coisa nele que ainda não aprendi a discar.
- Deixa eu ver. Poxa, um Smarthphone! Este é bom mesmo! Tem Bluetooth, woofle, brufle, trifle, banda larga,
teclado touchpad, câmera fotográfica, flash, filmadora, radio AM/FM, TV digital, dá pra mandar e receber e-mail, torpedo
direcional, micro-ondas e conexão wireless....
- Blu... Blu... Blutufe? E micro-ondas? Dá prá cozinhar com ele?
- Não senhor. Assim o senhor me faz rir. É que ele funciona no sub-padrão, por isso é muito mais rápido.
- Pra que serve esse tal de blutufe?
- É para um celular comunicar com outro, sem fio.
- Que maravilha! Essa é uma grande novidade! Mas os celulares já não se comunicam com os outros sem usar fio?
Nunca precisei fio para ligar para outro celular. Fio em celular, que eu saiba, é apenas para carregar a bateria...
- Não, já vi que o senhor não entende nada, mesmo. Com o Bluetooth o senhor passa os dados do seu celular para
outro, sem usar fio. Lista de telefones, por exemplo.
- Ah, e antes precisava fio?
- Não, tinha que trocar o chip.
- Hein? Ah, sim, o chip. E hoje não precisa mais chip...
- Precisa, sim, mas o Bluetooth é bem melhor.
- Legal esse negócio do chip. O meu celular tem chip?
- Momentinho... Deixa eu ver... Sim, tem chip.
- E faço o quê, com o chip?
- Se o senhor quiser trocar de operadora, portabilidade, o senhor sabe.
- Sei, sim, portabilidade, não é? Claro que sei. Não ia saber uma coisa dessas, tão simples? Imagino, então que para ligar tudo isso, no meu celular, depois de fazer um curso de dois meses, eu só preciso clicar nuns duzentos botões..
- Nããão! É tudo muito simples, o senhor logo apreende. Quer ligar para o seu filho? Anote aqui o número dele. Isso. Agora é só teclar, um momentinho, e apertar no botão verde... pronto, está chamando.
Haroldo segura o celular com a ponta dos dedos, temendo ser levado pelos ares,
para um outro planeta:
- Oi filhão, é o papai. Sim. Me diz, filho, o seu pen drive é de quantos... Como é mesmo o nome? Ah, obrigado, quantos
gigas? Quatro gigas está bom? Ótimo. E tem outra coisa, o que era mesmo? Nossa conexão é USB? É? Que loucura.
Então tá, filho, papai está comprando o teu pen drive. De noite eu levo para casa.
- Que idade tem seu filho?
- Vai fazer dez em março.
- Que gracinha...
- É isso moça, vou levar um de quatro gigas, com conexão USB.
- Certo, senhor. Quer para presente?
Mais tarde, no escritório, examinou o pendrive, um minúsculo objeto, menor do que um isqueiro, capaz de gravar filmes! Onde iremos parar? Olha, com receio, para o celular sobre a mesa. "Máquina infernal", pensa. Tudo o que ele quer é um telefone, para discar e receber chamadas. E tem, nas mãos, um equipamento sofisticado, tão complexo que ninguém que não seja especialista ou tenha a infelicidade de ter mais de quarenta, saberá compreender.
Em casa, ele entrega o pen drive ao filho e pede para ver como funciona. O garoto insere o aparelho e na tela abre-se uma janela. Em seguida, com o mouse, abre uma página da internet,
em inglês. Seleciona umas palavras e um 'havy metal' infernal invade o quarto e os ouvidos de Haroldo. Um outro clique e, quando a música termina, o garoto diz:
- Pronto, pai, baixei a música. Agora eu levo o pendrive para qualquer lugar e onde tiver uma entrada USB eu posso
ouvir a música. No meu celular, por exemplo.
- Teu celular tem entrada USB?
- É lógico. O teu também tem.
- É? Quer dizer que eu posso gravar músicas num pen drive e ouvir pelo celular?
- Se o senhor não quiser baixar direto da internet...
Naquela noite, antes de dormir, deu um beijo em Clarinha e disse:
- Sabe que eu tenho Blutufe?
- Como é que é?
- Bluetufe. Não vai me dizer que não sabe o que é?
- Não enche, Haroldo, deixa eu dormir.
- Meu bem, lembra como era boa a vida, quando telefone era telefone, gravador era gravador, toca-discos tocava discos e a gente só tinha que apertar um botão, para as coisas funcionarem?
- Claro que lembro, Haroldo. Hoje é bem melhor, né?
Várias coisas numa só, até Bluetufe você tem. E conexão USB também.
- Que ótimo, Haroldo, meus parabéns.
- Clarinha, com tanta tecnologia a gente envelhece cada vez mais rápido. Fico doente de pensar em quanta coisa existe, por aí, que nunca vou usar.
- Ué? Por quê?
- Porque eu recém tinha aprendido a usar computador e celular e tudo o que sei já está superado.
- Por falar nisso temos que trocar nossa televisão.
- Ué? A nossa estragou?
- Não. Mas a nossa não tem HD, tecla SAP, slowmotion e reset.
- Tudo isso?
- Tudo.
- A nova vai ter blutufe?
- Boa noite, Haroldo, vai dormir que eu não aguento mais...

terça-feira, 22 de março de 2011

O mito da alta complexidade

O conceito moderno de complexidade pede revisão. Tornou-se atributo exclusivo da tecnologia. Tudo o mais é secundário. A máquina faz parte da anatomia humana. Regula comportamentos, universaliza linguagens. Os indivíduos são súditos embevecidos de uma majestade mecanizada. Veneram equipamentos de última geração em detrimento dos seres humanos das novas gerações.A expressão complexidade vem do latim, complexus. Significava aperto, ação de abraçar. Tinha o sentido figurado de amor, vínculo afetivo. Com o tempo, perdeu conteúdo humano para a inebriante novidade da maquinaria. As consequências de tamanha inversão axiológica ferem a sensatez. Intrincadas profundezas da mente, minuciosos mecanismos que vivificam estruturas viscerais, contingências da homeostasia regulatória, mistérios da expressão fenotípica do genoma, energia das ondas emocionais — sistemas humanos em aprimoramento há milhões de anos — foram apequenados. Não preenchem os critérios atuais dos fenômenos complexos. Toda criatura os possui, logo são tidos como coisas simples, desimportantes. Só as máquinas esbanjam complexidade.Áreas como educação e saúde amargam os efeitos dessa mutilação conceitual. Ensino e aprendizagem são ações interativas, empáticas por excelência. Mobilizam a riqueza do universo afetivo-emocional fundado em convergências cognitivas singulares oriundas do contexto civilizatório que lhes dá origem. Não há procedimentos mais complexos. No entanto, são vistos como atos corriqueiros. A carreira do magistério esboroa-se. A educação perde substância. Os mestres, pessoas formadas na complexidade imanente à pedagogia, integram o proletariado dos novos tempos. Os procedimentos educacionais de ponta carecem de complexidade tecnológica. Valem pouco. A prioridade é a inclusão digital. Formar cidadãos é banalidade.

No campo da medicina, o impacto negativo é ainda maior. Médicos diferenciados no atendimento essencialmente clínico, baseado no exercício profissional livre do império mercadológico da tecnologia, são desrespeitados tanto pelo SUS quanto pelos planos de saúde. Pagam para trabalhar, tão insignificante é o que recebem. Os que se utilizam de procedimentos de alta complexidade tecnológica são tratados como deuses. Beneficiam-se da flagrante distorção conceitual que privilegia a indústria de equipamentos médico-hospitalares.

Exemplo é o parto normal, síntese da alta complexidade fenomenológica da qual resulta o nascimento do novo ser. Nenhuma máquina se lhe compara na amplitude, nem na sutileza de funcionamento dos sistemas orgânicos envolvidos. Infelizmente, cresce a prevalência da cesariana. Como qualquer outra intervenção cirúrgica, aparenta alta complexidade que, a rigor, não possui. A assistência ao parto normal, tida como elementar, é procedimento muito mais delicado que o cirúrgico. Requer amplo conhecimento científico, sensibilidade relacional, habilidade clínica e sabedoria paciente. A cesariana, não. Basta anestesiar a parturiente, fazer incisões, retirar a criança e costurar os tecidos lanhados. Nem precisa conversar com a mulher. Muito menos entendê-la. É procedimento simples, embora visto de forma diferente.

Outro conjunto fenomenológico extremamente complexo assegura crescimento e desenvolvimento à criança e ao adolescente. Promovê-lo na lógica das incessantes mudanças que supõe é tarefa eivada de implicações genéticas, anatômicas, fisiológicas, bioquímicas, nutricionais, psicológicas e educativas, entre outras. Não é ato banal. Ao contrário, muito complexo. Todavia, o pediatra, especialista no dignificante cuidado com o ser humano nesse ciclo de vida, é desmerecido na esmerada missão que exerce. Sua prática contraria a única classificação de complexidade em vigor, a tecnológica. Não usa equipamentos sofisticados, de resto ineficazes para o alcance de sua nobre atuação. Trabalha com os mais apurados indicadores clínicos para assistir as originalidades da existência em formação, procedimentos de elevada complexidade pela própria natureza. Porém, seu mérito profissional não é reconhecido. Sobrevive, a duras penas, engrossando fileiras do proletariado, ao lado dos professores.

Revitalizar a medicina e a educação só será possível se o mito da complexidade tecnológica, carente de sensibilidade, for revisto em favor da valorização da complexidade clínica e do requinte pedagógico, condenados ao desprezo. Senão a indústria estará cada vez mais rica, os cuidadores do ser humano, cada vez mais pobres, e a população sempre mal assistida.

autor: Dioclécio Campos Júnior

Divulgue esta idéia.

domingo, 20 de março de 2011

Já chega !!


É indiscutível que o mercado de motocicletas cresce de forma impressionante.
Estudantes, trabalhadores, jovens mulheres e mesmo idosos, desfrutam do mundo das duas rodas, de forma cada vez maior.
Mas por trás do prazer de pilotar uma motocicleta, da facilidade de compra, da economia de combustível, facilidade de estacionamento e diversas vantagens, estão também a irresponsabilidade de diversos condutores, gerando inúmeros e graves acidentes a cada dia.
E aqui em Diamantina, não está diferente.
Diversos imbecis montados em suas "motoquinhas", pequenas como suas idéias e atitudes, tem gerado acidentes e levado famílias ao sofrimento, tendo seus entes queridos em leitos de hospitais ou os carregando até a Avenida da Saudade.
E como tudo em nosso Brasil, a impunidade persiste e os erros e crimes continuam.
Só quem sofre a agressão desses irresponsáveis ou trabalha diretamente com os acidentados, entende o que estou escrevendo.
E neste sábado, dia 19 de março, não foi diferente. Mais uma criança foi atropelada, sofrendo traumatismo craniano grave e está entre a vida e a morte. A criança já teria falecido, se não fosse a possibilidade de internação em um leito do CTI de adultos da Santa Casa, por sinal recebendo a vaga de uma Senhora que ali estava depois de ser atropelada por um marginal em sua motocicleta.
Até quando, assistiremos estas cenas ?
Até quando, as famílias terão tolerância com esta agressão a que tem sofrido suas crianças e familiares ?
Até quando, nós, motociclistas responsáveis, que fazemos inúmeras viagens longas durante o ano, aceitaremos o preconceito sofrido, devido a atitude desses criminosos?
Não adianta encher a cidade de quebra molas. Esses seres não entenderam até hoje, que os quebra molas, chamados de redutores de velocidade, avisam que se trata de um ponto de redução de velocidade, por algum fator de risco. Passam voando e dando saltos sobre eles. E os quebra molas tem dificultado a vida dos carros de resgate e da polícia.
Precisamos sim, de educação e fiscalização, além de punições severas.
Ou continuaremos contando a mesma história nos corredores dos hospitais todos os dias.

terça-feira, 15 de março de 2011

Presente aos Cinéfilos.

Excelente fonte de pesquisas.

Sabe aquele filme de que você gostou muito, mas cujo título você não lembra, nem dos nomes dos atores e das atrizes? Seus problemas acabaram!

Tudo o que você quiser saber (ou lembrar) sobre filmes estrangeiros em 65 anos, está catalogado e ao seu alcance. Ficha completa de filmes.

Um trabalho de alta qualidade!

Clique no endereço abaixo e comprove:


www.65anosdecinema.pro.br/index.htm

sexta-feira, 11 de março de 2011

Crítica sobre o CARNAVAL

Crítica sobre o CARNAVAL - Jornalista Rachel Sheherazade - Tambaú Notícias

Disse tudo, que a sinto há anos, mas muita gente ainda não enxergou.

Dê um click no link baixo e assistam no youtube.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Chegou mais um carnaval.

Ou seria bacanal ???

Hora de alegria e diversão nada saudáveis.

Hora de bebedeira até cair no chão, drogas na cabeça, brigas e mais brigas, assaltos, estupros e arrombamentos das casas vazias.

Hora da pouca vergonha. Hora em que médicos, dentistas, advogados, juízes, empresários, balconistas, vagabundos e muita gente perde a vergonha e solta o desejo reprimido. Enfiam as sungas e biquinis no rabo e saem as ruas em plena tarde as vistas de crianças e adolescentes, que de inocência já também, não tem mais nada.

O desgoverno ainda joga propagandas pouco educativas na TV com textos como: com camisinha pode. Claro, também pode agarrar as mulheres a força, afinal aqui é o carnaval do beijo, da trepação desenfreada. Em dezembro receberemos a safra gerada neste carnaval. A maternidade lota. Há até uma conhecida aqui da cidade que a única vez em que viu o pai do seu filho foi numa trepada em uma noite de carnaval.

Mas tudo bem, nada também de novidades, afinal as duas bandas principais tocam as mesmas músicas no mesmo estilo há trocentos anos. Desafinados, desarranjados, descompassados, mas o que importa? O povo que apenas beber, pular e trepar, tudo bastante.

E apesar da enorme grana que dizem rolar neste período, vejo todos na mesma merda de sempre...

Deve ser porque levam a vida toda em ritmo de carnaval.

Vai entender ...