terça-feira, 4 de março de 2014

MERCENÁRIO FUTEBOL CLUBE E GOLEIRO BRUNO:

 UM "GOLPE DE MARKETING" NEGATIVO  (por Cláudio Prates)  
Relutei em manifestar-me, publicamente, sobre esta polêmica envolvendo a improvável contratação, pelo time do Montes Claros Futebol Clube, o chamado “bicho”, do goleiro Bruno, condenado a 22 anos de reclusão, em regime fechado, por crime hediondo triplamente qualificado, como mandante da morte de Elisa Samúdio.
Porém, na condição de representante da população da cidade de Montes Claros, terra em que nasci, que amo e que sonho (e luto) para que se torne um lugar melhor pra se viver, não posso me furtar a dizer o que penso.
Criei um grupo na rede social chamado “Montes Claros: Aqui eu moro, aqui eu cuido”, que sintetiza, bem, a minha intenção sincera (e sei que é também a daqueles verdadeiramente “apaixonados” por Montes Claros), que não é outra coisa senão a intenção de cuidar e zelar pela cidade, pelo seu nome e seu povo. É por esta razão que venho aqui externar a minha indignação diante da repercussão – negativa, prejudicial e descabida – que sofre a cidade de Montes Claros, em nome de uma equivocada e estúpida estratégia de “Marketing”, a qual, julga seus idealizadores (a diretoria do Montes Claros Futebol Clube), ser um “golpe de mestre, de gênio”, que projetará, como já está projetando o time e a cidade – pensam eles, em um lapso equivocado de insensatez e usura - e quem sabe, atrairá patrocínios e fama ao time.
Ledo engano! Será que alguém, em sã consciência, além da mal intencionada diretoria do time, acredita que este desatino, esta palhaçada fará bem à equipe de futebol e à cidade de Montes Claros? O tempo dirá o quanto esta “genial ideia” é infeliz! Melhor, já está dizendo, através da publicidade vexatória e negativa, que jogou o nome da cidade, mais uma vez, na mídia nacional, pejorativamente.
Partindo da premissa de que “quem ama cuida”, Jesus Cristo fez uma comparação interessante, entre o “Bom Pastor” que cuida e ama suas ovelhas e o “Mercenário”, que só quer matar, roubar e destruir. Estamos diante de um caso que esta parábola bem se aplica. O mercenário, já sabemos quem é e sua intenção (ou a inconseqüência dela)? Matar e destruir o já desgastado nome da cidade de Montes Claros, à custa de um desatino desmedido.
É assim que vejo esta estratégia de "Marketing Negativo" da diretoria do Montes Claros Futebol Clube, o qual, bem que poderia trocar o nome do time para Mercenário Futebol Clube, já que é em nome do dinheiro que se sonha arrecadar com esta insensatez, passa em cima da ética, da moral, da Justiça e de toda uma cidade. Esta ideia, com certeza, não é de alguém que ama Montes Claros, e isto pra mim está muito claro. Repito: “quem ama, cuida”.
O que a maioria das pessoas não sabe, mas que o diretor do Montes Claros Futebol tem certeza, e eu também estou convicto disso, é que a chance do (ex) goleiro condenado Bruno vir a jogar em Montes Claros é praticamente nenhuma. Mas para a diretoria do time, isso é o menos importa. A mesma já atingiu o seu intuito mal intencionado. Projetou, negativamente, o nome de Montes Claros em todo país, causando indignação em todos e fazendo a cidade, mais uma vez, ser objeto de chacota, gozação, zombaria e projeção negativa. Atitude irresponsável e inconseqüente, que demonstra total desprezo da direção do time pela cidade de Montes Claros e pelo seu povo.
Antes que me ataquem, dizendo que todos tem direito a errar e merecem uma nova oportunidade, saibam que poucos tem isso tão claro e luta pelos direitos dos apenados quanto eu, que durante muito tempo atuei, e ainda sou parceiro da Pastoral Carcerária, e defendo políticas públicas dignas aos presos e suas famílias. Vide o Programa “Regresso”, do Instituto Minas Pela Paz, para a reinserção de apenados e egressos do sistema prisional no mercado de trabalho, do qual sou parceiro e divulgador.
De fato, todo preso tem direito e merece trabalhar, seja dentro da instituição prisional onde cumpre a pena ou fora do presídio, quando se trata do regime semi-aberto, o que é o caso de alguns condenados que progrediram de regime ou foram sentenciados no semi-aberto, caso que inclui até alguns “mensaleiros”, mas não é, absolutamente, o caso do goleiro sentenciado Bruno, condenado a 22 de RECLUSÃO e que só terá tal regalia (regime semi-aberto), por força da sentença que o condenou, em 2022.
Logo, pensar e defender um privilégio diferente do previsto na Lei, e criar este circo que a diretoria do Montes Claros Futebol Clube está fazendo, onde os palhaços somos todos nós, é zombar da Justiça, dos familiares da vítima Elisa e de tantas outras vítimas de crimes hediondos, dos demais condenados que cumprem pena e aguardam a progressão de regime, das mulheres vítimas de crimes passionais e/ou da violência de gênero e de toda a sociedade montesclarense.
Um ato deste é um atentado à sociedade, um recado claro aos criminosos, sobretudo os famosos e/ou abastados: “A impunidade ainda haverá de reinar, livre, leve e solta, em nosso meio, com a conivência da cidade de Montes Claros e do time que leva seu nome”.
Finalizo, dizendo que o “golpe NEGATIVO de markenting” do time do Montes Claros Futebol Clube já começou a surtir efeito, às avessas: eu, que no ano passado votei (fui o voto decisivo) em um Projeto apresentado à Câmara Municipal, que ajudava o Time do Montes Claros Futebol Clube a disputar o campeonato mineiro da segunda divisão, por acreditar nos projetos sociais com crianças e adolescentes que alegavam defender, a partir desta farsa, votarei contrário a todo e qualquer projeto que se diga respeito ao Mercenário Futebol Clube. Afinal, como dizia Roche foucaud: “Compactuar com o mal é a mesma coisa de praticá-lo”. To fora!

fonte: facebook

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