terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Abram os olhos, o piloto sumiu !

Tenho reparado como o mundo anda revolto, mesmo.

Não só a natureza fudendo tudo e todos sem distinção de classe ou religião, vai soterrando, inundando e

destruindo o que acha de direito e retomando o espaço que lhe foi invadido.

E 2011 não começou diferente, mas com o pessoal se revoltando e finalmente tomando atitudes contra ditadores que estão no poder há décadas e até a séculos, se considerarmos certas famílias e lugares.

O exemplo do Egito se espalha e a coragem e indignação invadem as mentes e corações dos povos, que querem um basta. Afinal estamos em 2011, apenas na era Cristã. Que dirá desses povos que já contam os anos de cinco mil ou mais ??? ...

Por outro lado, certas coisas nunca mudam, como a corrupção dos que estão no poder, mesmo que sejam meros e ridículos vereadores ou prefeitos. Subornos de agentes de trânsito, milícias nas favelas e toda a droga e armas voltando pras mãos dos bandidos, sabemos bem por qual via.

Crimes bárbaros, pedofilia, acidentes de trânsito com motoristas embriagados destruindo famílias e um simples trocado deixa todo como está: o criminoso solto, a família desamparada e o defunto enterrado pra sempre, claro.

Será que existe mesmo o inferno pra absorver essa cambada?

Ou o céu dará lugar a todos e veremos o perdão divino sem distinção?

Neste caso, acho melhor usarmos o livre arbítrio e agir de forma natural, como fazem os animais. O veadinho acorda e sabe que tem que correr pra não ser comido. E o leão acorda e sabe que tem que correr pra não passar fome...

Ta na hora de tomarmos conta e cuidar do que é nosso, mesmo que seja a unhas, dentes, facas, revólveres e escopetas, afinal a vida é uma só.

Abram os olhos, o piloto sumiu !!!!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Oxi, a droga da morte.

Polícia tenta barrar entrada do produto, feito com querosene e cal, no Estado.

Problema social. Número de usuários de crack cresce a cada dia; a oxi é a nova ameaça.

O baixo custo de uma nova droga, feita a partir das sobras da cocaína, tem atraído jovens de classe baixa e já acende um alerta para as autoridades. A oxi, também conhecida como droga da morte, é mais barata e mata mais rápido que o crack. Cada pedra custa entre R$ 3 e R$ 5 e leva o usuário à morte com menos de um ano de uso - o crack custa R$ 10 e o tempo de vida dos viciados é cinco vezes maior.

Apesar de não haver ainda registro em Minas da apreensão do entorpecente, as polícias Civil e Federal trabalham para evitar sua entrada e comercialização no Estado. Assim como o crack, a oxi é uma pedra e é fumada. O que diferencia os dois é que o primeiro tem em sua composição o bicarbonato de sódio. Já a oxi é processada com querosene e cal virgem. A pedra tem um tom mais amarelado - a coloração pode variar conforme a quantidade dos componentes adicionados durante sua confecção.

O psiquiatra e integrante da comissão de controle do uso de drogas da Associação Médica de Minas Gerais, Valdir Campos, explica que os usuários da droga da morte se tornam dependentes mais rapidamente. "As duas drogas têm os mesmos efeitos. No entanto, a oxi age de maneira rápida no organismo e o efeito é mais curto, o que faz com que as pessoas usem mais e se tornem dependentes", explicou.

De acordo com o professor de toxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Carlos Alberto Tagliati, o principal vilão da composição da oxi é o cal virgem, utilizado para dar liga ao produto final. Isso porque, ao ser inalado pelo usuário, o cal vai para os pulmões, se petrifica e destrói os alvéolos, que são estruturas responsáveis pela troca gasosa na respiração. "Por isso a nova droga mata tão rapidamente. Mas ainda há poucas informações sobre ela", afirmou o professor.

Origem. O nome oxi tem como origem a palavra "oxidação". A droga teria surgido no Acre, há cerca de dez anos, como um modo de produzir um entorpecente mais barato e mais acessível que o crack - alguns dos solventes usados para produzí-lo são raros na região.

Depois disso, o entorpecente teria avançado pelo Norte e Nordeste do país, e seu uso já foi confirmado no Amazonas, Rondônia, Pará, Amapá, Piauí, Maranhão e Goiás.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Teste do pezinho completa 10 anos.

Mas não passa da 1ª fase em nove estados.

Uma conquista inestimável para a infância brasileira, o Programa Nacional de Triagem Neonatal, que prevê o diagnóstico e tratamento de quatro doenças genéticas graves logo após o nascimento, completa 10 anos em 2011. Uma década depois da iniciativa do Ministério da Saúde, entretanto, a implantação efetiva dos exames, chamados popularmente de teste do pezinho, ainda se mostra desigual e lenta pelo país. Um terço das unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal, não passou da fase I do programa. Isso significa que, nesses locais, meninos e meninas nascidos na rede pública têm acesso apenas ao diagnóstico de duas das quatro patologias abrangidas pela política. Somente cinco estados já estão na última fase, a III (veja o quadro).


As disparidades revelam a falta de articulação das políticas estaduais e municipais, na avaliação deMaria Terezinha de Oliveira Cardoso, presidente do Departamento Científico de Genética Clínica da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Entendemos que as realidades dos estados são diferentes, especialmente num país dessa dimensão. Mas 10 anos é um tempo suficiente para os administradores locais se prepararem. Não deveríamos ter estados muito atrasados”, lamenta a médica. Ela explica que a triagem do recém-nascido é necessária porque as doenças diagnosticadas com o teste do pezinho são graves e, muitas vezes, letais. “Quando não incapacitam, levam ao óbito até os dois anos de idade. Então, esse é um programa que repercute muito na mortalidade infantil e precisa ser aperfeiçoado”, diz.

Dos quase 3 milhões de bebês nascidos anualmente no Brasil, cerca de 82% têm acesso ao teste do pezinho para pelo menos duas doenças — fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito, ambas ligadas à falta de produção de substâncias vitais para o corpo. Em termos proporcionais, o dado parece positivo. Mas ignora, em números absolutos, as 40 mil crianças que não são atendidas todos os anos. Em determinados estados, especialmente os do Norte do país, essa cobertura fica abaixo de 50%. É o caso do Amapá. No Distrito Federal, onde a cobertura coincide com a média nacional, o problema está na falta de informação dos pais. “Muitas mães dão à luz, ficam 24 horas no hospital, vão embora e não retornam. Falta um trabalho de conscientização no pré-natal para que ela volte entre o terceiro e o sétimo dia para fazer a coleta”, explica Maria Terezinha, que além de representante da Sociedade Brasileira de Pediatria trabalha na Secretaria de Saúde do DF.

Assistência séria
Para Altair Lira, presidente da Federação Nacional dos Portadores de Anemia Falciforme (Fenafal), tão importante quanto ter o diagnóstico é poder fazer o tratamento. “Não pedimos simplesmente a oferta do teste, precisamos de uma assistência séria. Muitas crianças de estados com baixa cobertura são diagnosticadas tardiamente, apresentando uma saúde muito debilitada, quando não morrem”, reclama Altair. Em Mato Grosso, foi preciso que os portadores das doenças e seus familiares se unissem para pressionar o governo estadual a implantar o teste do pezinho. “Tivemos de acionar a Justiça com o apoio do Ministério Público para que a rede de saúde implantasse os postos de coleta de sangue. Só dessa forma conseguimos garantir o que o programa de triagem preconiza há 10 anos”, conta Rosalino Batista de Oliveira, presidente da Associação de Pessoas com Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias de Mato Grosso.

Agora, a entidade planeja uma nova ação contra o governo para garantir o diagnóstico de fibrose cística — ofertado atualmente na rede pública de apenas cinco estados do país. Para Marcos Medeiros de Carvalho, a falta do exame para a doença, até hoje não contemplada no teste do pezinho realizado no DF, quase custou a vida de Larissa. Nascida num hospital particular, o médico aconselhou os pais a levarem a bebê a um posto de saúde para fazer o exame do pezinho. Os resultados estavam normais. Mas, aos dois meses, Larissa teve uma grave crise de pneumonia. “Ela ficou à beira de morrer. Ninguém descobria o problema, até que uma médica foi vê-la e nos deu o nome de uma especialista”, lembra Marcos, com os olhos marejados.

Foi quando a família soube que Larissa tinha fibrose cística, uma doença genética que afeta pulmões, pâncreas, fígado, entre outros órgãos importantes. Ao lamentar a falta do teste para as quatro doenças na rede pública, o pai da garota também destaca a ausência de informações por parte dos médicos. “Nas campanhas, só ouvimos falar do teste do pezinho na rede pública. Por que não avisam que existe o teste ampliado, na rede particular, que inclui diagnóstico de várias outras doenças? Eu morava ao lado de um laboratório. Se soubesse disso, não teria quase visto minha filha morrer e o tratamento seria iniciado mais precocemente”, diz Marcos. Apesar das críticas, ele destaca a qualidade do acompanhamento recebido por Larissa, que hoje leva uma vida normal, apesar dos remédios diários, no Hospital de Base. Elogia, ainda, a oferta dos medicamentos pelo governo, apesar de problemas pontuais de desabastecimento.

Desafios do DF

Oficialmente, para o Ministério da Saúde, o Distrito Federal não passou da fase I do Programa Nacional de Triagem Neonatal. Na prática, 82% dos 3.500 bebês que anualmente fazem o exame do pezinho na rede pública são testados para as três patologias que compõem a fase II —fenilcetonúria, hipotireodismo congênito e doença falciforme. Chefe do Núcleo de Atenção Integral à Saúde da Criança da Secretaria de Saúde do DF, Tatiana Coimbra ressalta que o reconhecimento do governo federal só virá quando o laboratório de biologia molecular, que funciona há cerca de três anos no Hospital de Apoio, na Asa Norte, fizer testes para a doença falciforme. “Por enquanto, ele funciona para outros fins, como exames de leucemia, por exemplo. Estamos programando para abril a vinda de uma equipe de Ribeirão Preto para nos treinar em relação ao uso desse laboratório na questão da doença falciforme”, explica.

Antes mesmo de o DF conseguir implantar o programa criado há 10 anos pelo Ministério da Saúde, uma lei distrital de 2008 ampliou para 21 doenças o alcance do teste do pezinho na capital federal. Para que a norma se torne realidade, porém, há entraves. O atual problema é garantir o fornecimento dos reagentes necessários para a realização dos exames. “Estamos na fase de fechar contrato de cinco anos com as empresas, a fim de não haver descontinuidade dos testes”, afirma Tatiana. Outro obstáculo está na capacitação de funcionários para lidarem com equipamentos de ponta, como o espectômetro de massa, já comprado pela Secretaria de Saúde, mas dominado por poucos profissionais. “É o primeiro no serviço público do Brasil. Alguns testes estão sendo feitos para chegarmos à forma mais adequada de usá-lo”, explica a médica. (RM)

Ampliação do teste

A ampliação do exame no DF foi sancionada em lei distrital aprovada em 2008 e tem como objetivo diagnosticar doenças que não apresentam sintomas no nascimento, embora possam levar a consequências graves. Com isso, o teste passou a abranger 21 doenças, entre outras, a fibrose cística, a hiperplasia adrenal e a toxoplasmose congênita. O teste deve ser realizado até cinco dias após o nascimento. Os diagnósticos tardios podem provocar a morte das crianças.

Assessoria de Comunicação da SBP

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O brilho de Diamantina


Diamantina



Por: Viaje Mais/Tales Azzi
O brilho raro de Diamantina
Dizem que no começo do século 18, os moradores do antigo Arraial do Tijuco usavam diamantes para marcar o jogo de cartas. Talvez a história não seja só lenda, já que naquela época, o povoado, que daria origem a Diamantina, despontava como maior produtor da mais valiosa das pedras em todo mundo. Nos dois séculos seguintes, estima-se que cerca de duas toneladas de brilhantes saíram dos rios e das grupiaras de garimpo da região, riqueza tamanha que engordou os cofres de Portugal e fez surgir uma das maiores jóias do período colonial do Brasil. A própria Diamantina é uma grande pedra rara. Como se na imensidão dos morros escuros de quartzito cobertas pela vegetação de cerrado, os sobrados brancos de janelões coloridos e as torres pontiagudas das igrejas barrocas ressaltassem na paisagem feito o brilho de um diamante oculto no cascalho do Ribeirão do Guinda, onde até hoje há quem bata peneiras para tentar a sorte.
A comparação com Ouro Preto é inevitável. Todo mundo que chega faz. É fácil constatar que Ouro Preto tem museus e igrejas bem mais ricas, além de oferece melhor infra-estrutura turística, com mais variedade de pousadas e restaurantes. Mas é fácil concluir, que Diamantina é bem mais autêntica. Pelo menos, ainda não foi contaminada pelo turismo de massa, apesar da relativa fama que goza. É uma das seis cidades brasileiras que pertencem a seleta lista de Patrimônio Mundiais da Humanidade reconhecidos pela Unesco em 1999. Mesmo assim, não há ônibus de excursão estacionados, nem grandes grupos armados de câmeras fotográficas, só um ou outro casal passeando de mãos dadas observando os sobrados. Diamantina ainda não despertou do passado e segue no presente quase exclusiva de seus próprios moradores. São praticamente deles as mesas dos bares da Rua da Quitanda, a feira no antigo mercado aos sábados pela manhã e os bancos da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, cujo som ambiente vem da Ave Maria rezada em coro pelas beatas seja qual for a hora do dia.
O motivo disso é a distância, pois Diamantina está a 300 km, ou cerca de quatro horas de carro, de Belo Horizonte. Ou talvez seja a preguiça, reforçada pela proximidade de Ouro Preto, que fica quase ao lado da capital mineira. Sorte de quem vai, pois os diamantinenses não se importam em compartilhar a cidade com os visitantes, que podem caminhar com calma pelas ladeiras com calçamento em pedra-sabão e admirar os casarões dos séculos 18 e 19. Não há postes a vista no centro histórico porque toda a fiação foi transferida para debaixo do solo para não comprometer o visual. Diamantina lembra cenário de minisérie de época da Globo. E é mesmo já que lá rodaram diversas delas, a mais recente, com previsão de estréia para agosto de 2010, chamada A Cura, na qual o ator Selton Melo protagoniza um médico com poderes de curas espirituais.

Veja fotos de Diamantina


Cultura

Centro histórico de Diamantina


Por: Viaje Mais/Tales Azzi
A cidade surgiu a partir de 1714 quando alguém "acidentalmente" teria encontrado uma bonita pedra transparente misturada ao cascalho de algum rio. Os diamantes eram encontrados com incrível facilidade, mesmo à flor da terra. Por quase dois séculos o solo da região foi escarafunchado na caça às pedras. Diamantina era a principal cidade do chamado Distrito dos Diamantes e ponto de partida da antiga Estrada Real, o caminho usado por tropeiros para transportar o produto do garimpo até os portos de Parati e Rio de Janeiro, e que também passava por Ouro Preto.
Ainda hoje há caçadores de tesouros por lá. É o caso de Belmiro Nascimento, que todo dia bate peneiras às margens do Ribeirão do Guinda. Remexe o cascalho do rio e cavuca a terra enquanto alimenta a esperança de encontrar um diamante que faria a família folgar por meses, anos ou pelo resto da vida. O garimpeiro sabe que precisa ter fé e paciência. Os meses podem correr sem que o brilho da pedra apareça diante dos olhos. "O garimpo é um jogo e a ficha é a nossa vida", diz. Quase sempre, volta pra casa sem o prêmio tão desejado. Mas a sorte vem de vez em quando, e assim o garimpeiro vai pagando as contas já se vão 30 anos.
Belmiro organiza visitas ao garimpo artesanal onde trabalha para ensinar aos turistas os segredos da técnica artesanal da atividade. Cada visitante ganha o que ele chama de "peneirada de cortesia" com uma pilha de cascalho potencialmente precioso onde ele diz ter escondido uma pedra. Se alguém encontrá-la pode ficar com ela. Quase nunca acontece, mas se você estiver com muita, mas muita sorte, talvez encontre o seu.

Garimpeiro
O melhor garimpo em Diamantina se desenrola pelas ruas do centro histórico, onde ninguém terá dificuldade para encontrar verdadeiras preciosidades da cidade, que inclui o mercado, que antigamente funcionava como pouso de tropeiros; a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, com altar barroco folhado a ouro; o Museu do Diamante; e o Passadiço da Glória, no antigo orfanato das irmãs vicentinas que construíram a curiosa passagem de madeira entre as duas casas opostas para evitar que as internas cruzassem a rua sob a mira da molecada. Atualmente, as casas pertencem a Faculdade de Geologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Ninguém perde também a visita as casas onde viveram Xica da Silva e Juscelino Kubistcheck, os dois personagens mais famosos da cidade. Xica da Silva, na época do auge do garimpo, foi a ex-escrava de dentes alvos e curvas salientes que virou a "Rainha do Tijuco", ao cair nas graças do homem mais poderoso da região, o contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira, que fez todos os caprichos da amada, cobrindo-a de luxo. Conta-se que Xica era mulata geniosa e cheia de vontades. Não pisava em chão sem tapete, vestia roupas com brilhantes e tinha mucamas brancas, só para afrontar as damas da sociedade. Os dois nunca se casaram oficialmente já que as leis da época não permitiam matrimônio com pessoas de classes tão distintas. Mesmo assim, João Fernandes mandou construir a igreja de Nossa Senhora do Carmo com a torre nos fundos para que o badalar do sino não incomodasse os ouvidos sensíveis de Xica.
Já o ex-presidente Juscelino Kubitscheck, ou Seu Nonô como era conhecido pelos amigos mais íntimos, nasceu, cresceu e nunca se esqueceu da cidade-natal. A tal ponto que, frequentemente, mandava servir em encontros presidenciais o frango com quiabo que tanto gostava dos tempos de infância e ainda convidou o amigo Oscar Niemeyer a construir um hotel e uma escola em Diamantina, em pleno centro histórico, com o mesmo estilo das obras de Brasília.
Ao construtor da capital federal também é atribuído o fortalecimento da tradição musical em Diamantina. JK era um famoso amante das serenatas e não perdia uma nos tempos de adolescente. Quase toda casa em Diamantina tem algum instrumento musical e há uma centena de grupos espalhados pela cidade. Os mais famosos, o Bartucada e o Baticaverna, surgiram para animar o carnaval décadas atrás e já ganharam projeção nacional. Todos os finais de semana há serenatas e música ao vivo pelas ruas de Diamantina.
O ponto alto dessa tradição acontece no período das vesperatas, entre maio e outubro. Duas vezes por mês orquestras municipais apresenta-se na Rua da Quitanda. Os músicos tomam lugar nas sacadas dos casarões e o maestro na rua, ao lado do povo, rege canções que alternam boleros, sambas, MPB e do cancioneiro popular, incluindo Peixe Vivo, música que acabou virando uma espécie de hino em homenagem a Juscelino. É um evento emocionante e responsável pelo principal movimento turístico em Diamantina, quando muita gente chega, principalmente de Belo Horizonte, lotando as pousadas. Para conseguir vaga em dia de vesperata é preciso fazer a reserva com antecedência de, no mínimo, um mês.

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Roteiros

Rua da Quitanda

Por: Viaje Mais/Tales Azzi
As atrações de Diamantina felizmente não resumem-se as ruas do centro histórico. Quem chega quase sempre estende os passeios pelos vilarejos nos arredores, como Biribiri, São Gonçalo do Rio das Pedras e Milho Verde, além de visitar grutas e cachoeiras nos arredores.
O mais próximo é a vila de Biribiri, uma antiga fábrica têxtil, aberta em 1876, que parou de funcionar há décadas e virou uma minicidade habitada apenas por apenas seis pessoas, embora possua igreja tombada pelo patrimônio histórico, escola e uma dúzia de casas com paredes de adobe, todas vazias, herança do tempo em que a fábrica contava com cerca de 600 trabalhadores. Um gramadão no centro de tudo serve para que Seu Raimundo "Sem Braço", dono do único restaurante local, espalhe as mesas do estabelecimento à sombra das árvores. É um passeio bucólico e muito tranquilo. Um dos moradores é Gilson de Oliveira, trabalhador na velha fábrica e gostou tanto do lugar que nunca mais foi embora, passa os dias ali contando causos e divertindo os poucos visitantes de Biriribi.
O acesso se dá por uma estrada de terra de 22 km que começa ao lado de Diamantina e atravessa a área de preservação ambiental do Parque Estadual do Biribiri. No caminho até a fábrica, há duas cachoeiras quase à beira da pista, a dos Cristais e do Sentinela. Há placas indicando a entrada, mas a passagem só fica liberada nos finais de semana, quando há segurança de plantão para vigiar os carros.

Milho Verde
Seguindo por outra estrada de terra, que oficialmente marca o início da Estrada Real, conduz a dois vilarejos de nomes curiosos São Gonçalo do Rio das Pedras e Milho Verde. Ambas surgiram durante o ciclo da mineração no século 18, mas não se desenvolveram como Diamantina. Vivem paradas no tempo. A primeira delas ainda conta com ruas de pedras irregulares e casas coloniais. Tem um bom restaurante, o Angu Duro, e a simpática Pousada do Capão, ponto de apoio para quem quiser explorar as cachoeiras nas redondezas.
Seis quilômetros adiante, Milho Verde consegue ser ainda mais simples e tranquila, tal como sugere o nome do lugar, com carroças de boi parada à frente das casas de pau a pique e do chafariz onde as lavadeiras trocam comadrices. Mas há preciosidades para garimpar ali, como o doce de laranja que saem dos tachos de Dona Elisabete, o café da manhã servido com pães caseiros de Dona Geralda, as jóias de prata e cobre do alemão Tomas Kuberek e a conversa ao pé da porta com Dona Maria "do Coração", a benzedeira mais alegre e famosa da região, que tem receitas de curas de espinhela caída a picada de cobra. O ponto de encontro da moçada é o Bar Ovelha Negra, do italiano Franco Bouchard, que veio ao Brasil numa viagem de seis meses terminada assim que ele pisou em Milho Verde. Não há muito o que fazer no vilarejo além de curtir a paz da ruas de terra do povoado e sair para conhecer as cachoeiras em torno da Serra do Espinhaço, como a do Moinho, Carijó e do Piolho, todas com acesso bem fácil de carro.
Se Diamantina lembra cenário, Biribiri, Milho Verde e São Gonçalo do rio das Pedras são como cidades cenográficas mesmo. E a sensação é, no mínimo, curiosa, pois provavelmente você será um dos poucos, senão o único visitante por lá. E bem diferente do que qualquer turista experimentaria nas outras cidades históricas de Minas.

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Gastronomia

Vandeka


Por: Viaje Mais/Tales Azzi
O chef que veio de garimpo
A história da gastronomia mineira passa obrigatoriamente por Diamantina e pela herança deixada por garimpeiros e tropeiros, que serviam-se dos ingredientes encontrados no fundo do quintal: galinha, couve, quiabo, milho... Pratos substanciosos eram necessários para o trabalho árduo de caça às pedras na beira dos ribeirões.
Já a história da comida da cidade passa por Luiz Rosário Vieira Lobos, o Vandeka, um chef especialista em culinária mineira, cujas panelas de pedra e barro já serviram até presidentes da república, caso de Tancredo Neves e Fernando Henrique Cardoso. Vandeka conta que aprendeu a cozinhar aos 13 anos com a avó. Na adolescência, nos idos dos anos de 1970, trabalhava em acampamentos de garimpeiros fazendo comida em baciadas para centenas de trabalhadores das minas. Desde 1988 comanda a cozinha do restaurante da Pousada do Garimpo.
Seu cartão de visitas é o chamado Bambá do Garimpo, um prato típico feito à base de feijão batido, costelinha, couve picada bem fininha e angu. Vandeka ainda aperfeiçou a receita, originalmente chamada de entrecosto de porco, com novos temperos e proporções equilibradas dos ingredientes, tornando-a menos calórica. No cardápio do restaurante, o Bambá junta-se a outros clássicos, como o tropeiro, o lombo com tutu e o frango com quiabo. Para sobremesa há uma imperdível casquinha de limão com doce de leite, no qual a fruta passa oito dias apurada, com troca de água a cada duas horas, para perder o amargor. Esqueça a dieta e não deixe de provar.

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Serviços

Cachoeira do Limieiro


Por: Viaje Mais/Tales Azzi
Por estar numa região de montanhas, a meia enscosta da Serra do Espinhaço, a tempertaura em Diamantina pode cair bastante no inverno. Portanto, leve agasalhos. Entre maio e outubro acontecem as vesperetas, em sábados alternados.

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Pacotes

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fonte: http://viagem.br.msn.com/destinos-artigo.aspx?cp-documentid=27625568