Polícia tenta barrar entrada do produto, feito com querosene e cal, no Estado.
Problema social. Número de usuários de crack cresce a cada dia; a oxi é a nova ameaça.
O baixo custo de uma nova droga, feita a partir das sobras da cocaína, tem atraído jovens de classe baixa e já acende um alerta para as autoridades. A oxi, também conhecida como droga da morte, é mais barata e mata mais rápido que o crack. Cada pedra custa entre R$ 3 e R$ 5 e leva o usuário à morte com menos de um ano de uso - o crack custa R$ 10 e o tempo de vida dos viciados é cinco vezes maior.
Apesar de não haver ainda registro em Minas da apreensão do entorpecente, as polícias Civil e Federal trabalham para evitar sua entrada e comercialização no Estado. Assim como o crack, a oxi é uma pedra e é fumada. O que diferencia os dois é que o primeiro tem em sua composição o bicarbonato de sódio. Já a oxi é processada com querosene e cal virgem. A pedra tem um tom mais amarelado - a coloração pode variar conforme a quantidade dos componentes adicionados durante sua confecção.
O psiquiatra e integrante da comissão de controle do uso de drogas da Associação Médica de Minas Gerais, Valdir Campos, explica que os usuários da droga da morte se tornam dependentes mais rapidamente. "As duas drogas têm os mesmos efeitos. No entanto, a oxi age de maneira rápida no organismo e o efeito é mais curto, o que faz com que as pessoas usem mais e se tornem dependentes", explicou.
De acordo com o professor de toxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Carlos Alberto Tagliati, o principal vilão da composição da oxi é o cal virgem, utilizado para dar liga ao produto final. Isso porque, ao ser inalado pelo usuário, o cal vai para os pulmões, se petrifica e destrói os alvéolos, que são estruturas responsáveis pela troca gasosa na respiração. "Por isso a nova droga mata tão rapidamente. Mas ainda há poucas informações sobre ela", afirmou o professor.
Origem. O nome oxi tem como origem a palavra "oxidação". A droga teria surgido no Acre, há cerca de dez anos, como um modo de produzir um entorpecente mais barato e mais acessível que o crack - alguns dos solventes usados para produzí-lo são raros na região.
Depois disso, o entorpecente teria avançado pelo Norte e Nordeste do país, e seu uso já foi confirmado no Amazonas, Rondônia, Pará, Amapá, Piauí, Maranhão e Goiás.
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