O compositor, cantor, instrumentista e ator Marku Ribas morreu aos 65
anos na noite deste sábado em decorrência de um câncer no pulmão. Ele
estava internado no hospital Lifecenter, em Belo Horizonte, desde a
última quarta-feira. A morte do músico foi confirmada por sua filha,
Lira Ribas.
Segundo ela, a causa da morte foi insuficiência respiratória. Ribas foi
diagnosticado com câncer no pulmão no ano passado. "Os médicos disseram
que os exames estavam bons, mas o pulmão dele não aguentou", disse Lira.
A mulher do músico, Maria de Fátima Ribas, informou que os médicos
tinham diagnosticado uma metástase --espalhamento do câncer para outros
órgãos--, que havia comprometido também a pleura do músico.
"Ele acabou de falecer. Teve uma morte linda, com as filhas cantando ao lado dele", disse a viúva do músico à Folha.
A família informou que o compositor será cremado, ainda sem data
definida. O músico, que completaria 66 anos no dia 19 de maio, deixa a
mulher e duas filhas, Lira e Júlia Ribas. Marku também foi incentivador
da carreira de seu sobrinho, o percussionista Amoy Ribas.
"Ele vinha mal desde o meio do ano passado. Fez quimioterapia, teve uma
melhora boa e a família ficou esperançosa. O Marku foi um cara com muita
criatividade, muito à frente do seu tempo. Foi o primeiro cara a tocar
reggae no Brasil, o primeiro a ter rastafári, o primeiro a ir à Á frica
para pesquisar ritmos e o primeiro a fazer efeitos pecurssivos com a
boca, influenciou muita gente como João Bosco e Ed Motta. A criatividade
excessiva atrapalhou a carreira comercial", disse Amoy Ribas.
O Marku é um daquele caras que não tiveram o sucesso que merecia, mas no
meio musical era muito reconhecido. Trabalhamos muito juntos, ele será
um dos grandes suingueiros do Brasil, como Wilson Simonal e Emílio
Santiago, que nos deixou recentemente. Ele deixa uma filha que canta
muito bem, a Júlia", disse Roberto Menescal, que produziu discos de
Marku Ribas.
TRAJETÓRIA
Nascido em Pirapora, no interior de Minas Gerais, Marco Antônio Ribas
completou 50 anos de carreira em 2012. Recentemente, convidado a
participar de um show em homenagem a Amado Maita, Ribas cancelou sua
participação devido à piora em seu estado de saúde.
Marku Ribas gravou seu primeiro disco, "Flamingo", em 1966. Em sua
carreira, lançou 12 álbuns de estúdio, com destaque para "Underground"
(1973), "Marku" (1976) e "Barrankeiro" (1977).
O músico, que tocou com nomes como Nara Leão, Wagner Tiso, Djavan, Chico
Buarque, João Donato, Tim Maia, Marcelo D2, Emílio Santiago, entre
outros, viveu quatro anos no Caribe, dois anos na Ilha de Martinica e
dois anos na Ilha de Santa Lúcia, onde se encontrou pela primeira vez
com Bob Marley ainda conhecido como Robert, cantor do conjunto The
Wailers.
Em 1984, Marku Ribas foi convidado por Mick Jagger a participar do clipe
da música "Just Another Night" e a tocar com o Rolling Stones, no ano
seguinte, no tema "Dirty Work".
Fonte: Folha.
Marku, como era chamado, estudou e foi amigo de infância da minha mãe, em Pirapora, onde cantavam juntos nas festas do colégio. Ela tem ainda o vinil, lançado por ele e o irmão Déo (Déo e Marco), ambos fazendo pose, em frente a um avião bimotor.
Marku, apesar da capacidade fantástica, que o fez gravar também com Paul Simon, no central Park em Nova Iorque, era um cantor e ator de múltiplas características e talentos. Se manteve amigo da nossa família e confiante nas habilidades do meu pai, trouxe sua filha e também cantora, Júlia Ribas, para fazer tratamento cirúrgico e se livrar dos dentes "cisos".
Diamantina, na década de 90, teve o prezer de recebê-lo e curtir um show jamais visto, quando o palco foi montado na porta da prefeitura.
Ficará a saudade, as boas lembranças e aqui em casa o seu útimo CD, que comprei em BH.
Vai com Deus amigo. Tantas perdas queridas, nos útimos dias. Vai entender...