domingo, 7 de abril de 2013

Morre Marku Ribas.

O compositor, cantor, instrumentista e ator Marku Ribas morreu aos 65 anos na noite deste sábado em decorrência de um câncer no pulmão. Ele estava internado no hospital Lifecenter, em Belo Horizonte, desde a última quarta-feira. A morte do músico foi confirmada por sua filha, Lira Ribas.
Segundo ela, a causa da morte foi insuficiência respiratória. Ribas foi diagnosticado com câncer no pulmão no ano passado. "Os médicos disseram que os exames estavam bons, mas o pulmão dele não aguentou", disse Lira.
A mulher do músico, Maria de Fátima Ribas, informou que os médicos tinham diagnosticado uma metástase --espalhamento do câncer para outros órgãos--, que havia comprometido também a pleura do músico.
"Ele acabou de falecer. Teve uma morte linda, com as filhas cantando ao lado dele", disse a viúva do músico à Folha.
A família informou que o compositor será cremado, ainda sem data definida. O músico, que completaria 66 anos no dia 19 de maio, deixa a mulher e duas filhas, Lira e Júlia Ribas. Marku também foi incentivador da carreira de seu sobrinho, o percussionista Amoy Ribas.
"Ele vinha mal desde o meio do ano passado. Fez quimioterapia, teve uma melhora boa e a família ficou esperançosa. O Marku foi um cara com muita criatividade, muito à frente do seu tempo. Foi o primeiro cara a tocar reggae no Brasil, o primeiro a ter rastafári, o primeiro a ir à Á frica para pesquisar ritmos e o primeiro a fazer efeitos pecurssivos com a boca, influenciou muita gente como João Bosco e Ed Motta. A criatividade excessiva atrapalhou a carreira comercial", disse Amoy Ribas.
O Marku é um daquele caras que não tiveram o sucesso que merecia, mas no meio musical era muito reconhecido. Trabalhamos muito juntos, ele será um dos grandes suingueiros do Brasil, como Wilson Simonal e Emílio Santiago, que nos deixou recentemente. Ele deixa uma filha que canta muito bem, a Júlia", disse Roberto Menescal, que produziu discos de Marku Ribas.

                        


TRAJETÓRIA
Nascido em Pirapora, no interior de Minas Gerais, Marco Antônio Ribas completou 50 anos de carreira em 2012. Recentemente, convidado a participar de um show em homenagem a Amado Maita, Ribas cancelou sua participação devido à piora em seu estado de saúde.
Marku Ribas gravou seu primeiro disco, "Flamingo", em 1966. Em sua carreira, lançou 12 álbuns de estúdio, com destaque para "Underground" (1973), "Marku" (1976) e "Barrankeiro" (1977).
O músico, que tocou com nomes como Nara Leão, Wagner Tiso, Djavan, Chico Buarque, João Donato, Tim Maia, Marcelo D2, Emílio Santiago, entre outros, viveu quatro anos no Caribe, dois anos na Ilha de Martinica e dois anos na Ilha de Santa Lúcia, onde se encontrou pela primeira vez com Bob Marley ainda conhecido como Robert, cantor do conjunto The Wailers.
Em 1984, Marku Ribas foi convidado por Mick Jagger a participar do clipe da música "Just Another Night" e a tocar com o Rolling Stones, no ano seguinte, no tema "Dirty Work".
Fonte: Folha.  

Marku, como era chamado, estudou e foi amigo de infância da minha mãe, em Pirapora, onde cantavam juntos nas festas do colégio. Ela tem ainda o vinil, lançado por ele e o irmão Déo (Déo e Marco),  ambos  fazendo pose, em frente a um avião bimotor. 
Marku, apesar da capacidade fantástica, que o fez gravar também com Paul Simon, no central Park em Nova Iorque, era um cantor e ator de múltiplas características e talentos. Se manteve amigo da nossa família  e confiante nas habilidades do meu pai, trouxe sua filha e também cantora, Júlia Ribas, para fazer tratamento cirúrgico e se livrar dos dentes "cisos".
Diamantina, na década de 90, teve o prezer de recebê-lo e curtir um show jamais visto, quando o palco foi montado na porta da prefeitura. 
Ficará a saudade, as boas lembranças e aqui em casa o seu útimo CD, que comprei em BH.
Vai com Deus amigo. Tantas perdas queridas, nos útimos dias. Vai entender...

Um comentário:

  1. Em 1969 junto com os companheiros do Clube União dos Adolescente da Cidade Alta em Diamantina, fui a Pirapora. Havia um restaurante na orla do Rio São Francisco de nome Bambuzinho. Lá estava tocando o conjunto Les Cherrys (sic). O baterista era o Marku Ribas. Estávamos naquela ocasião no início da formação de uma bandinha em Diamantina no Clube da Praça de Esportes com o nome de Os Diamantinos, que posteriormente passou a se chamar Os Jetsons. Disse-me ele na ocasião: é muito difícil fazer sucesso sendo do interior. Quem tem talento tem que ir embora. Eu vou. E foi.

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