Mostrando postagens com marcador sbp. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador sbp. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 30 de março de 2010

15 bebês morrem com asfixia por dia.

Metade das mortes ocorre em recém-nascidos de baixo risco; número é considerado alto por médicos

Cientistas de sociedade de pediatria colheram dados de certidões de óbitos de bebês na 1ª semana de vida em secretarias da saúde do país

Todos os dias, morrem 15 recém-nascidos com asfixia no Brasil na primeira semana de vida. Seis deles são bebês considerados de baixo risco -não são prematuros nem têm malformações. O dado é de um estudo inédito, feito por pesquisadores do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria, que será apresentado no Congresso Paulista de Pediatria, que começa hoje, em São Paulo.

Isso significa uma morte em cada mil nascidos vivos. Para se ter uma ideia, na maior maternidade dos EUA, apenas cinco bebês em cada dez mil nascimentos sofrem asfixia, e nem todos morrem.
"Sabíamos que o número era alto, mas não imaginávamos que fosse tanto assim", diz Maria Fernanda de Almeida, professora da Unifesp e coordenadora do Programa de Reanimação Neonatal da SBP.

Os pesquisadores realizaram uma busca em todos os atestados de óbito de crianças com até seis dias de vida em todos os Estados do país. Foram considerados os registros que incluíam condições que envolveram a asfixia, como hipóxia intrauterina ou síndrome da aspiração meconial -mesmo que essa não fosse a principal causa da morte.
A asfixia ocorre quando há falta de oxigenação no cérebro e nos órgãos do bebê. Ela pode levar à morte ou deixar graves sequelas. Em grande parte dos casos, pode ser evitada, com um bom acompanhamento no pré-natal para avaliar a saúde da gestante e o desenvolvimento do feto e com atenção no parto, monitorando o bebê.
Além disso, quando a asfixia é constatada, podem ser adotadas medidas de reanimação neonatal, que podem reverter o quadro se tomadas a tempo.

Estimativas internacionais mostram que o atendimento ao parto por profissionais habilitados pode reduzir em 20% a 30% a mortalidade neonatal. As técnicas de reanimação podem garantir uma redução adicional de 5% a 20% dessas taxas, levando à queda de 45% das mortes por asfixia.
"Essas mortes tiveram na asfixia um colaborador", explica Ruth Guinsburg, uma das autoras, professora da Unifesp e coordenadora do Programa de Reanimação Neonatal da SBP.
Segundo o Datasus, a asfixia é a causa de 9% dos óbitos que acontecem na primeira semana de vida. Mas, segundo a pesquisa, o dado não leva em conta a contribuição da asfixia nas mortes por outras causas. Nesse caso, o valor sobe para 20%.




"Ponta do iceberg"
A pesquisa encontrou 5.366 óbitos que foram associados à asfixia ao nascer. A enorme maioria (94%) eram fetos únicos e 56% morreram antes de completar 24 horas de vida. 61% dos partos foram vaginais.
"Isso é so a ponta do iceberg", diz Guinsburg. "Nem dá para mensurar quantos bebês sofrem asfixia e sobrevivem com sequelas, sem contar as subnotificações, pois muitos morrem sem nem ter registro."
Os dados foram colhidos em 2005, mas os pesquisadores já estão analisando os números de 2006 e de 2007 e a situação não é muito diferente.

"É preciso qualificação em toda a cadeia, desde o pré-natal adequado até o atendimento no parto", diz Guinsburg.
"Não temos uma estatística precisa sobre as mortes por asfixia pois, de fato, uma criança com asfixia pode ter uma infecção, por exemplo, e isso é o que será considerado a causa da morte", exemplifica Elza Giugliani, coordenadora da área técnica da saúde da criança do Ministério da Saúde. "O ministério tem consciência do problema e estamos trabalhando para diminuir a mortalidade neonatal", diz Giugliani.
Ela cita várias ações, que incluem capacitação de profissionais, principalmente nas regiões Norte e Nordeste -onde a mortalidade é maior-, além da qualificação do pré-natal.

Uma das ações visa capacitar pediatras em reanimação neonatal e vem sendo feita em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria. O programa já capacitou mais de 700 profissionais. Ao longo dos últimos 11 anos, o programa da SBP já treinou mais de 40 mil profissionais da saúde.

fonte: Assessoria de Comunicação da SBP

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

SOS Pediatria.

Estava publicando o texto abaixo, sobre a mobilização da sociedade de pediatria no Espírito Santo, e pensando nas condições da pediatria aqui em Minas Gerais.
Há alguns anos, a Sociedade Brasileira de Pediatria, SBP, lançou o movimento chamado "SOS Pediatria", para tentar salvar e valorizar a classe pediátrica e melhorar as condições de assitência a população infantil.
O desinteresse pela especialidade tem crescido na mesma proporção com que os planos de saúde sucateiam o serviço médico com pagamento de valores irrisórios e atrasados . A pediatria é sem dúvida uma especialidade muito gratificante, mas também é extremamente desgastante. E tem sido desvalorizada pelos gestores da saúde e até mesmo por muitos colegas médicos de outras especialidades, que desmerecem a especialidade até se oferecendo para atenderem em contra partida da não contratação de um pediatra em um serviço de urgência/emergência ou mesmo ambulatorial. Se enganam atendendo as crianças como se fossem apenas miniaturas dos adultos, muitas vezes visando apenas o salário profissional.
Apenas nos últimos anos, dezessete hospitais de Belo Horizonte fecharam seus serviços de pediatria, e inúmeros profissionais foram em busca de outras especialidades. Há também pouco interesse pelos formandos em medicina na busca pela especialização em pediatria, que até pouco tempo e era a maior sociedade de especialistas do Brasil.
E o futuro sem pediatras ?
Sabemos que o momento mais importante da vida de um ser humano é o seu primeiro minuto de vida. Ao nascer, neste primeiro minuto, a ação do pediatra na sala de parto pode reverter complicações que poderiam levar o recém nascido ao óbito ou crescer com alguma seqüela neurológica em caso de asfixia ou manobras de reanimação inadequadas. E nenhum profissional é tão apto a intervir neste momento como o pediatra. Cada um na sua especialidade, ou seja: cada macaco no seu galho.
O crescimento, da infância passando pela adolescência até chegar a vida adulta, possui características e complicações próprias, que se não bem resolvidas influenciam negativamente na qualidade de vida ou até mesmo leva ao óbito ou a seqüelas irreversíveis.
A classe médica em geral é desunida. A população não exige seus direitos, os gestores não valorizam o serviço pediátrico e os colegas médicos não apóiam as lutas da nossa classe por condições decentes de trabalho e remuneração.
Mas sou brasileiro e não desisto nunca. Sempre vou lutar pelos direitos dos pediatras no serviços e principalmente por uma remuneração digna e capaz de bancar não só a vida e o conforto, mas todos os cursos, livros e possibilidades de aumentar cada vez mais os conhecimentos e a capacidade de produzir boas respostas no trabalho.
No Espírito Santo, a união da calsse deve conseguir bons resultados. Que não nos emprestem as praias, mas que o Espírito Santo baixe por aqui para iluminar a cabeças que andam pouco pensantes.
E você, colega, o que tem feito ????
ass. Rodriguim.
Foto: Tatto com o símbolo da SBP.

Mobilização da pediatria no Espírito Santo.

Os pediatras capixabas estão unidos em defesa da valorização da profissão. Segundo o presidente da Sociedade Espiritossantense de Pediatria (Soespe), dr. Valmin Ramos da Silva, desde agosto estão sendo realizadas reuniões, que têm discutido as estratégias para a conquista de uma remuneração respeitosa por parte dos planos de saúde. “A assembleia da próxima terça-feira, 02 de março, decidirá os rumos o movimento”, disse. Duas notificações extrajudiciais foram enviadas às operadoras de saúde. “Na primeira, apresentamos as reivindicações, que seguem a pauta nacional estabelecida pela SBP, dando um prazo para a negociação. Na segunda, ratificamos os objetivos, e avisamos que, se não houvesse acordo, em 60 dias começaríamos o descredenciamento dos planos”, explica o dr. Mário Tironi Jr, da Comissão de Honorários Médicos da entidade, acrescentando que todos os prazos terminam até 27 de fevereiro. Com o descredenciamento, deixam de ser aceitas as guias dos convênios, e os pacientes deverão cobrar de seus planos os R$80,00 definidos para a consulta.

Entre as reivindicações, estão também o pagamento de todo o atendimento feito em consultório e a remuneração de R$100 pela visita hospitalar, independente das acomodações. Os pediatras deixam clara a preocupação com a qualidade dos serviços prestados. Celso Murad, conselheiro do CFM, lembra que a atual situação obrigou cerca de 30 a 40% dos profissionais da Grande Vitória a fecharem seus consultórios. “A consequência é a superlotação dos pronto-atendimentos e uma piora considerável na assistência à população”, assinala o dr. Tironi. “O Ministério Público foi notificado e estamos tranqüilos quanto à legalidade do movimento”, ressalta, informando que participam profissionais de várias clínicas e também inúmeros consultórios individuais.

fonte: SBP