segunda-feira, 18 de outubro de 2010

18 de outubro. O esquecido Dia do Médico!

Nunca fui muito ligado a datas, sem ter preocupação de valorizá-las, como muitas pessoas fazem questão. Mas num país em que se comemora tudo mesmo, desde aniversário de títulos de futebol, passando por carnaval, aniversários, títulos de beleza, BBB e diversas coisas ridículas, vejo como é sem importância o dia de 18 de outubro, quer foi dedicado ao dia de médico em homenagem a São Lucas, padroeiro desses profissionais.

O dia 18 de outubro foi escolhido como "dia dos médicos" por ser o dia consagrado pela Igreja a São Lucas. Lucas foi um dos quatro evangelistas e foi médico, pintor, músico e historiador. Se evangelho é o terceiro em ordem cronológica e como não conviveu com Jesus, a sua narrativa é baseada em depoimentos de pessoas que testemunharam a sua vida e sua morte. Ele também é o autor do Ato dos Apóstolos.

Já nós médicos, apesar de sempre lembrados em horas penosas e de sofrimento, somos totalmente esquecidos por esses mesmos pacientes quando o assunto é uma homenagem ou gratidão. Aliás, obrigação é a palavra chave quando se trata de prestar serviços à saúde de uma população na sua maioria desinformada, pouco alfabetizada, sofrida, mal paga e mal assistida pelos governos e administrações públicas, ficando sempre a mercê dos médicos a ponto do iceberg. Ou seja, resolver problemas sociais insolucionáveis além das questões voltadas a saúde, que já não são fáceis.

Viramos também escravos do SUS e dos planos de saúde, que com suas tabelas irrisórias, obrigam a maioria dos médicos a ter vários locais de trabalho e com isso fazer volume de atendimento para chegar a uma renda mínima digna que consiga comprar um pouco de conforto pra família e a pagar os diversos cursos, livros e revistas que é preciso para manter-se atualizado.

Mas apesar de uma rotina penosa, é muito gratificante ser médico.

Basta então lutarmos por condições dignas de trabalho e remuneração, além de exercermos a medicina de forma ética e profissional. E pra não ser injusto, apesar de já ter encontrado e examinado diversos pacientes hoje, ter encontrado com vários funcionários no hospital e ter conversado com familiares por telefone, uma mãe (uminha só, mesmo!) me enviou uma mensagem de parabéns e agradecimento pelo celular.

Nem tudo está perdido ou esquecido. kakakakaka

Êta vidinha porreta. Afinal tô escrevendo estas linhas desde de manhã, claro, devido a falta de tempo que faz parte da vida médica. Mas garanto que não recebi nenhuma outra felicitação.

Parabéns então, aos colegas. Muita paz, sucesso e tranqüilidade.

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