Algumas vezes, a
gente toma atitudes, depois de alguns acontecimentos e após analisarmos friamente, muitas vezes no
dia seguinte, ficamos surpresos com nosso poder de superação.
E foi assim, neste fim de semana, que aconteceu comigo.
Mais ou menos a meia noite e dez, de sábado pra domingo,
atolei o Troller numa estrada distante entre duas localidades. Sem querer dar a
volta pela estrada, por achar que andaria muito, entrei mata e adentro e morro
acima, pensando que logo chegaria do outro lado, no arraial de onde saí e que
alguns amigos e outros desgraçados, estavam.
Mero engano e algumas lições, que citarei no final.
Após entrar na mata e começar a subir o morro, munido de uma
lanterna de bateria recarregável, me
perdi. Já antes de chegar ao ponto mais alto deste morro, a lanterna esgotou e
claro, sem opção de recarregá-la, passei a andar no maior breu. Já no cume
deste morro, encontrei uma cerca de arame e logo que passei por ela, pra minha
desagradável surpresa, não havia chão. Despenquei de uma altura considerável e
não parava de rolar morro abaixo, tomando todas as pancadas possíveis. Só pude
envolver a cabeça com os braços e fui caindo morro abaixo. Daí já sem noção,
tentei escutar o som da festa que estava tendo no arraial, pra me orientar e
recomeçar a caminhada. Claro, perdi a lanterna, mas sem carga ela não ia me
ajudar merda nenhuma dali em diante. Daí caí num buraco bem fundo, que parecia
ser de uma cisterna. Este foi um dos piores momentos, pois tentei sair várias
vezes e não conseguia. Quando pensei em desistir e sentei no chão já disposto a
esperar o dia clarear, um bicho grande passou por cima das minhas pernas e daí
saí no desespero e nas unhadas, cravando mesmo as mãos nas paredes de terra e
chegando exausto fora deste buraco. Daí, deitei de barriga pra cima e tentei dormir pra
descansar, mas não dava pra ficar ali no meio do mato, sem ver nada que
acontecia em volta. Como não costumo
desistir e queria sair daquele mato, continuei a caminhada e pouco depois, caí num rio, molhando a pochete e fudendo o
celular e os documentos. Nada a perder, pois o celular não pegava e não havia
pra quem mostrar os documentos naqule lugar. Pra tirar proveito, tomei muita
água deste rio e logo na subida do barranco dei de cara, literalmente com um espinheiro.
Tirei a jaqueta molhada e coloquei na frente do rosto pra proteger dos
espinhos, por fim, ela ficando tão cheia deles que também foi abandonada ali
mesmo.
Resumindo esta tragédia, se não, ninguém vai ler ela toda, fui chegar ao maldito arraial, as 05:40 da
manhã, depois de passar muito sufoco.
Foi uma experiência
terrível, mas incrível, numa mistura de medo, cansaço, desidratação e esgotamento,
mas também de superação.
Daí tirei algumas lições:
1-
Nesses casos, fique onde parou ou atolou, pra não cansar e andar à toa.
2-
Se resolver prosseguir, vá sempre por estradas, pois é onde outros passarão e
poderão te achar.
3-
Se tudo estiver muito difícil, jamais desista.
Se vir uma luz no fim do túnel, corra! Se não o trem te atropela.
4-
Nas aventuras, tenha sempre lanterna à pilha,
claro, com pilhas de reserva. Há algum tempo, resolvi comprar lanternas de
bateria recarregável, envolvido com a onda ecológica de não ter pilhas pra
jogar fora. Acontece que quando a bateria esgota, como no meu caso, a gente
fica na merda.
5-
E jamais confie totalmente nos seres humanos,
mesmo que considere aquele filho da puta, desgraçado, seu amigo.
6-
Leia mais sobre ter um cão. De preferência da
raça Pit Bull. Ele te dará amizade, confiança, proteção e te ensinará que
determinação é palavra chave nas horas mais difíceis.
Fotos do troller atolado e de alguns aranhões e hematomas, que não me atrapalharam a atender as crianças hoje. Afinal, ninguém tinha nada a ver com aquela merda toda. Mas tô feliz!!Todo doendo e arranhado, mas feliz. Comigo, é claro!!
Grande aventureiro, ainda acho melhor andar de moto pelo asfalto......rsrsrsrsrs
ResponderExcluirValeu Rodriguim, o melhor desses imprevistos é que fica a história para contar, rsrs
Abraços e até o nosso evento 17 e 18 agosto.
Deusdará
Guanambi-Bahia
Meu amado, e admirado irmão. Eu acredito que tudo que vivemos em nossa vida serve mesmo de lição. Choramos por migalhas e Deus nos reserva banquetes, mas às vezes estamos com os olhos vendados pela vaidade, pela intriga, ou mesmo por ação de substâncias que não fazem parte do funcionamento do nosso organismo. Sua força e determinação e capacidade de superação é enorme... sei disso. Admitir os erros é a segunda maior virtude do ser humano, a primeira virtude é mesmo procurarmos quem agredimos,seja com olhares, palavras, ações e atitudes e... abaixarmos a cabeça e pedirmos perdão. Não espere ser perdoado sempre, mas faça sua parte. Aliás só podemos fazer nossa parte. E quanto a lição do que você passou eu não credito que foi aventura e grande risco, foi DEUS lhe mostrando que devia VOLTAR... resgatar pelo menos o olhar e admiração pois a palavra dita não volta. Meu irmão, eu te amo e admiro muito tenho coragem de lhe dizer que seus olhos lhe enganaram como num truque de mágica. Tenha FÉ, procure todos os envolvidos e agradeça o que fizeram por você. Marcelo C Gonçalves - 190612
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