quinta-feira, 9 de maio de 2013

HARLEY - PARKINSON - DAVIDSON


Ontem, fui a Curvelo, MG, buscar a moto do meu irmão, que havia ficado lá, após o moto show do fim de semana. 
Tinha que trabalhar as 9:30 e saí daqui de carona as 6:40. Já imaginei que teria que voltar torcendo o cabo todo, e mais ainda; como seria a primeira viagem, numa HD. 
Pilotar não seria problema, já que tenho 42 anos e ando de moto desde os 11. Lembro de todas. Rx 125, TT123, DT180, CB450, XLX350, RD350, XR200, Hyosung125, Falcon400, Twister250, Falcon400, Hornet600, Falcon400,  DragSatr650, VTX1800, Hornet600, Fazer125, Bross150, RD135 e Fazer250. Acho que não esqueci de nenhuma. Hoje tenho a RD135, a Fazer 250 e a VTX 1800. 

Bom, cheguei lá e logo peguei a motoca e pus pra fora da garagem. 
A primeira impressão já não foi boa. O descanso lateral é horrível de ser acionado e fica mal posicionado, além de não ter uma boa pega pro pé empurrá-lo pra frente. Qualquer bobeira e a moto cai. Liguei a dita cuja e o ronco do escape é maravilhoso, com um batidão, que só quem curte um V2, sabe do que estou falando. A tremura da motoca assusta à primeira vista. O motor balança e a moto vibra uma maravilha. Sentei e ajustei o retrovisor. Mais ou menos, pois a imagem de terremoto, não deixa distinguir nada atrás. Isso inda vai piorar. 
Pronto. Luvas calçadas, jaqueta abotoada, capacete afivelado e saí gerando o ronco pela avenida. Não tem quem não repare e motorista que não olhe no retrovisor, pra ver que ronco é aquele chegando atrás do carro.
Na hora de abastecer, olhei aquele tanquinho com impressão de não caber nada de gasola. E não cabe mesmo. Míseros 11 litros e já pensei. Essa merda vai chegar em Diamantina ? Bom, pelo menos não tem marcador de combustível. Vamos lá. 
Mais uma arrancada radical e uma parada rápida na oficina de uns amigos, pra bater um papo rápido. Logo o Maurinho me animou: "tive uma dessas por 23 dias. Não aguentei mais que isso e que um passeio de 40 km. Tive sorte e vendi logo". Pensei no amigo Edmé e disse: "que bagavilha"(ele tem a língua presa). 
Mas vamos embora, porque eram 8:40 e as 9:30 eu tinha que estar no trampo. 
Peguei a BR e enrolei o cabo. O tremor é fora do normal. Vibra até uns 70, fica legal até 110 e depois de 120 vira uma loucura verdadeira. Parecia que eu estava em cima de um daqueles aparelhos do poli-shop, que o povo fica vibrando em cima. Daí com as mãos, braços e as panturrilhas naquela vibração inimaginável, pensei: vou curtir uma viagem de moto pra começar o dia, vou sendo massageado, as panturrilhas ajudando o retorno venoso do sangue e pode ser que eu perca uns quilinhos e enrijeça alguns músculos. Afinal, é isso que a propagando da TV anuncia, sobre o tal aparelho. 
Mas que nada. Pra manter os pés nas pedaleiras acima de 130 é uma loucura do nível do CAPS. Os pés teimam em sair das pedaleiras e a imagem no retrovisor ... sem comentários. Não dá pra disntiguir nada, nada que vem atrás. Pensei então, que o jeito era acelerar pra nenhum veículo chegar por trás e pra eu chegar logo aqui em Diamantina. Cinco quilômetros depois eu já pensava: o que, que eu estou fazendo aqui ? Mas vamos lá, pensa na curtição e que tem que chegar logo. Olhava pro tanquinho e pensava se chegaria sem abastecer. O tanque pequeno não permite colar as pernas nele e o vento passa entre o tanque e as pernas e refrigera os países baixos de tal forma, que pensei que ia chegar  e ter que fazer uma compressa morna, pra reativar os testículos. Como as pedaleiras estão avançadas, o filtro de ar enorme, do lado direito, faz a perna direita ficar ainda mais aberta e entrar mais vento. Ainda bem que a convensão de Genebra, definiu deixarmos o órgão sempre pro lado esquerdo. Que sorte. 

Enfim, me entrosei com a HD e vim curtindo. Tomei um susto, porque o freio de trás é violento e arrasta a roda com facilidade. Logo acostumei. Daí não deu outra. Mantive a toada de  140 km/h em diante, curvando legal e apenas de quinta marcha, sem necessidade de troca em subidas ou ultrapassagens. O torque é muito bom. Vinha birgando com o vento entre as pernas, os pés que não ficavam nas pedaleiras e o mundo em terremoto nos retrovisores, mostrando a imagem borrada de tudo que ficava pra trás. 
Com quase 100 kms rodados, voltei a olhar pro tanquinho o tempo todo e imaginando se havia gasolina suficiente pra chegar. Ah ! Outra vantagem. kakakakka Como o tanque não tem chave, dá pra reduzir a velocidade, claro, se não a vibração não deixa ver nada, e daí você abre a tampa pilotando e olha pra dentro do tanque pra ver se tem gasolina. Sério mesmo. E não dá pra ver merda nenhuma, pois o buraco pra abastecer, mal passa o bico da bomba. Sem marcador de combustível e eu sem conhecer a motoca, fui surpreendido quando a luz de resetva acendeu dentro do painel. Uma imagem de uma bombinha da gasolina minúscula. Deve ser pra combinar com o tanque. Pensei mais uma vez: como viajar numa moto, que pede reserva antes de 120 km rodados ??? Deve ter sido feita só pra dar voltas no quarteirão.
Daí tive que diminuir a toada, pois não haveria mais posto no caminho. Aí sim, passei a apreciar a motoca e pensar na sua rusticidade e na sua vibração. Na falta de equipamentos e acessórios como marcador de combustível, freio ABS,  hodômetros parciais e até nas chaves de seta, uma de cada lado do guidão. O botão da bozina é diferente de todas as motos, pois fica em cima da chave de seta. Pensando bem, damos bem mais seta que buzinamos. Essa foi boa. 
Enfim, rodando comportadamente com a HD, a curtição foi total e a vibração até diminuiu um pouco. Mas muito pouco mesmo. E eu pensava...
que merda de moto; deve ser muito legal ter uma dessas.
Toda hora que passo na garagem, sento nela e ainda penso: vou ter uma merda dessas. Ah, vou !!!! 
Vai entender... 




Olha ela aí em cima. HARLEY-DAVIDSON SPORTSTER XL 883 R

4 comentários:

  1. Cara fiz a viagem toda com você, fiquei imaginando descendo o morro das eólicas, com a vibração as hélices deviam triplicar de velocidade...kkkkkk

    Agora falando sério, acho essa moto horrível.

    Grande abraço
    Deusdará

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  2. PUUUUUUta que pariu.....
    Eu nunca vi uma história que defina tão bem tal ferramenta....ufaa...agora fico aliviado por ser portador de algumas opiniões sobre a mesma....
    Excelente história...
    Grande abraço...
    Patraum - Comando Águia - Dores do Indaiá

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  3. ***Rodriguim*** .Meu amigo Dr. Rodrigo, realmente o que mais certo aconteceu nesta viagem . Além do vibração que ajuda em muito aos mais velhos , colocando-nos mais ativos kkkkkkkk (foi a convenção de Genebra , senão eu com os meus 62 teria que levar um aquecedor mini, poque velho sente muito mais frio, pergunte ao Rodrigão eo amigo Eder.)
    Abraços
    KPETA
    P/E/M/G/A/B/C/A/P/M/B/B/R/C/F/M/E/A/A/J.

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  4. Muito bom seu post, Rodrigo. Tive uma XL 883 por três anos, rodei com ela 52 mil km e a sensação é a mesma que ter um cavalo arisco que precisa o tempo todo ser domado para obedecer as ordens e seguir a trilha. Mas só quem tem alma de motociclista sabe dizer porque ter uma moto destas. Quem não tem, prefere as motos mais fáceis.
    Gostaria de saber se você autoriza reproduzirmos seu artigo em nosso site www.viagemdemoto.com. Se autorizar, mande um e-mail para contato@viagemdemoto.com confirmando.
    Abraços e parabéns pelo blog

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