quarta-feira, 28 de agosto de 2013
terça-feira, 27 de agosto de 2013
A gente não quer só dinheiro ...
Depois de
tanta polêmica e baboseiras, que ando escutando e lendo, principalmente ditas e
escritas por pessoas e alguns profissionais de outras carreiras, que nada sabem sobre a responsabilidade do
médico; da necessidade de uma estrutura mínima pra qualquer profissional, mesmo
não médico trabalhar; da remuneração ridícula
paga pelo SUS e convênios; da falsa
impressão de que médicos, seja de que país for, irão resolver os problemas
graves de saúde, em locais onde não há água tratada pra beber, rede de esgoto e
as diversas condições sanitárias, de relevante valor pra prevenção e manutenção
da saúde de qualquer população, lanço a seguinte proposta:
Vamos trazer
profissionais de todas as profissões, de todo lugar do mundo, sem
reconhecimento prévio da capacidade profissional. O Brasil-il-il precisa de
todos.
De todas as
profissões mesmo, pois afinal, nós médicos não queremos morar e trabalhar em
locais sem as mínimas condições decentes do exercício profissional, sem
condições decentes de moradia, de lazer, de poder nos manter atualizados
cientificamente podendo fazer estudos e pesquisas, de ter água tratada pra
beber, escola decente pro filho estudar, hospitais equipados com recursos e colegas capacitados para salvar as nossas próprias
vidas, se for necessário.
Não queremos
mesmo. Digo com toda tranqüilidade que recebo bem menos, trabalhando 13 a 15
horas por dia, em minha cidade, do que o oferecido por muitas prefeituras que
não oferecem postos de saúde e hospitais com a mínima condição de trabalho.
Assim como
vocês: advogados, engenheiros,
dentistas, professores, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, biólogos,
zootecnistas, veterinários, promotores, juízes, bioquímicos, enfermeiros,
cabeleireiros, motoristas, jardineiros, garis, bancários, radialistas,
jornalistas, arquitetos, atores, fofoqueiros,
benzedores, curandeiros, deputados, senadores, presidente, etc e
todos os profissionais existentes.
- Por que
vocês não moram nestes locais ????
Não os vejo
morando, trabalhando e assistindo os moradores desses lugares.
- Podem me
explicar o por quê ???????????????
- Por que essa
população desassistida têm todos os dentes podres, já aos 2 anos de idade ????
- Por que são
banguelos completos, já na adolescência ? ??????
- Por que são desassistidos, judicialmente e juridicamente ? ?????
- Por que não
têm acesso às notícias e informações ????????????
- Por que suas
casas são tão mal construídas e precárias ???????????
- Por que seus
animais de estimação e consumo, sofrem de tantas doenças ???????????????
- Por que são
todos analfabetos ???????
Só mais uma
pergunta:
- Por que
vocês não estão lá? De mãos dadas e unidos a esta classe salvadora da pátria ?
Nós médicos, que não vamos pra esses locais,
somos vistos como os bandidos e culpados
por esta precariedade existente, apesar de tanto imposto pago por todos, neste “Brasil”
tupiniquim.
Tupiniquim
em saúde, em educação, em informação, em união e até mesmo na falta de condição
de conciliar milhares de quilômetros de selvas mantendo distância e respeito de
vida e cultura entre brancos e índios.
Quero vê-los
todos lá, beleza?
O quem sabe, vocês vão a ...
Ass. Rodrigo
Cavalcanti Gonçalves – Médico Pediatra
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
EPIL - Nota de Esclarecimento.
Nota de esclarecimento à sociedade diamantinense
Diamantina, 22 de agosto de 2013
Comunicamos que no dia 13 de setembro de 2013 a EPIL encerrará as atividades da sua Oficina
Gráfica.
Desde que foi inaugurada, há aproximadamente 44 anos, a Gráfica da EPIL prestou grandes
e importantes serviços a Diamantina e região. Não só produzindo material gráfico, mas
principalmente formando jovens que hoje são excelentes profissionais ou empresários de
sucesso. Isso traz um grande orgulho para a EPIL por saber que sua missão foi cumprida.
Fato é que as exigências do mercado mudam velozmente e, muitas vezes, uma entidade com
foco no social não consegue acompanhá-las. Há algum tempo a Gráfica vem enfrentando
dificuldades e, desde 2011, problemas financeiros agravaram ainda mais a situação. Muitas
estratégias foram tentadas, mas a realidade não se modificou. Essa decisão de encerramento foi
muito pensada e discutida. Por mais que seja difícil para a EPIL e para o mercado, chegamos à
conclusão que é o correto a se fazer neste momento.
Mas isso não é o final. É o recomeço. Entramos numa fase de transformações, de revitalização
de uma obra centenária, em que a modernização de suas atividades se faz necessária. É o
momento de enfrentar esses novos tempos com ousadia e procurar outros caminhos a seguir,
seja nos negócios – como forma de sustentabilidade financeira –, seja em busca de novas
qualificações profissionais que deem aos nossos alunos mais condições de enfrentar e aproveitar
as oportunidades do mercado de trabalho.
Agradecemos a todos os nossos clientes, parceiros e pessoas que, ao longo dos anos,
contribuíram para o funcionamento da Gráfica. Contamos com vocês nessa nova caminhada.
Juntos teremos mais força para encarar com otimismo os novos desafios.
Ass. Jeová Fernandes de Araújo Jean François Favreau
Presidente da Sociedade Protetora da Infância Coordenador Geral da EPIL
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Alizadores de Cabelo.
Ja cantava Gilberto Gil, nos idos anos 70. "Sarara crioulo, é esta doença de branco, de querer cabelo liso, já tendo cabelo loiro, cabelo duro é preciso, é pra ser você crioulo".
Mas por apenas e no mínimo R$200,00, as moiçolas correm nos salões e recebem algumas gotas de formol no cabeçote e saem felizes. As que não passam mal ou morrem.
Vai entender...
Mas por apenas e no mínimo R$200,00, as moiçolas correm nos salões e recebem algumas gotas de formol no cabeçote e saem felizes. As que não passam mal ou morrem.
Vai entender...
O 'bom e velho' filtro de barro brasileiro.
Pesquisa indica filtro de barro brasileiro como mais eficiente do mundo para purificar a água.
Nós, brasileiros, temos provavelmente o melhor sistema de filtragem de água nas mãos. Nada de purificadores, torneira de cozinha com filtros, nem galões com água mineral. O melhor mesmo para limpar a água das impurezas é o bom e velho filtro de barro.
Segundo pesquisas norte-americanas, os filtros tradicionais de barro com câmara de filtragem de cerâmica são muito eficientes na retenção de cloro, pesticidas, ferro, alumínio, chumbo (95% de retenção) e ainda retém 99% de Criptosporidiose (parasita causador de doenças).
Os estudos relacionados ao tema, que foram publicadas no livro The Drinking Water Book, também indicam que esses sistemas de filtro de barro do Brasil, considerados mais eficientes, são baseados na filtragem por gravidade, em que a água lentamente passa pelo filtro e goteja num reservatório inferior.
Considerado um sistema ‘mais calmo’, ele garante que micro-organismos e sedimentos não passem pelo filtro devido a uma grande pressão exercida pelo fluxo de água.
O processo lento é o que o diferencia dos filtros de forte pressão, que recebem água da torneira ou da tubulação, os quais são prejudicados exatamente pela força da água, o que pode fazer com que micro-organismos, sedimentos ou mesmo elementos químicos, como ferro e chumbo, cheguem ao copo do consumidor.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Lei que proíbe escolas de vender alimentos não saudáveis é aprovada
Se esta lei pegar mesmo, será uma boa, pois a criançada e os adolescentes estão comendo porcaria demais. O enorme número de crianças obesas, desnutridas e com alterações nos exames laboratoriais é cada vez mais frequente. Falta melhor exemplo e controle dos próprios pais, também.
As cantinas instaladas nas escolas de ensino básico serão proibidas de vender bebidas com baixo teor nutricional ou alimentos com quantidades elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans ou sódio.
A decisão foi tomada na última quarta-feira (14) no Senado, mas ainda depende da aprovação dos deputados e do Palácio do Planalto para valer como lei. Há quase oito anos, os parlamentares discutem o projeto de lei que estabelece formas de garantir uma alimentação mais saudável nas escolas.
Com a aprovação do texto final na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), a relatora do projeto, senadora Angela Portela (PT- RR), destacou que a medida vai permitir que outros alimentos sejam incluídos na lista de restrições pelas autoridades sanitárias. A parlamentar lembrou que a atual legislação não tem sido suficiente para garantir uma alimentação adequada nas escolas. “Os estabelecimentos poderiam deixar de vender aqueles produtos apenas quando necessitassem renovar seu alvará, voltando a vendê-los após terem concluído esse trâmite”.
Angela Portela (PT- RR) disse que a aprovação do projeto vai permitir que essas iniciativas ganhem mais força e dimensão no país, já que definem normas gerais para esse comércio. Segundo ela, a decisão vai “balizar, ampliar e uniformizar as medidas governamentais a serem tomadas, notadamente sob o ponto de vista sanitário: as restrições ao uso na merenda e a venda de determinados produtos considerados não saudáveis em cantinas escolares, além de ações de educação nutricional e sanitária”.
Em alguns estados, a restrição de venda de determinados produtos alimentícios considerados não saudáveis já vinha sendo adotada. Especialistas vêm alertando para as causas de obesidade infantil e doenças crônicas não transmissíveis provocadas por alimentação inadequada das crianças.
O projeto ainda precisa ser analisado e aprovado na Câmara dos Deputados.
Fonte: Via CicloVivo
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
O convite
Não me interessa saber como você ganha sua vida. Eu quero saber, sim, o que te faz doer de vontade de lutar e se você ousa sonhar com aquilo pelo que seu coração mais anseia...
Não me interessa saber quantos anos você tem. Eu quero saber se você correrá o risco de parecer um tolo apaixonado por causa de seus sonhos, ou pela simples aventura de estar vivo....
Não me interessa saber quais planetas estão em quadratura com a sua lua. Eu quero saber se você já foi até o centro de seu sofrimento, se você se partiu ao meio quando atingido pelas traições da vida ou se você se protegeu com um escudo, com medo de sentir mais dor ainda. Eu quero saber se você pode sentar-se à mesa com a dor, a minha e a sua também, sem tentar se mover para escondê-la, ofuscá-la ou disfarçá-la. Eu quero saber se você pode suportar a alegria, a minha ou a sua própria, se você consegue dançar selvagemente, até o êxtase tomar seu corpo desde as pontas dos dedos de seu pé até o último fio de seus cabelos, sem ficar nos alertando para sermos cuidadosos, para sermos realistas ou nos lembrar as limitações de sermos humanos.
Também não me interessa saber se a estória que você está me contando é verdadeira. Eu quero saber se você consegue desapontar alguém só para ser leal a si mesmo, se você pode agüentar uma acusação de traição apenas para não trair sua própria alma. Eu quero saber se você sabe ser fiel e conseqüentemente, uma pessoa confiável. Eu quero saber se você consegue enxergar a beleza mesmo que ela não seja bela todos os dias e se você, ainda assim, consegue fazer sua vida cheia da presença dela.
Eu quero saber se você consegue viver com o fracasso, o meu ou o seu, e mesmo assim, à noite, à beira de um lago gritar para a lua prateada: YES!
Não me interessa saber onde você mora, ou quanto dinheiro você possui. Eu quero saber se você consegue se levantar de manhã, depois de uma noite de sofrimento e desespero, magoado, ferido e machucado, e ainda assim, fazer aquilo que é preciso ser feito para os seus filhos.
Não me interessa saber quem você é nem como chegou até aqui. Eu quero saber se você consegue ficar em pé, no meio da fogueira, sem fraquejar nem retroceder.
Não me interessa saber nem onde nem com quem você andou. Eu quero saber, sim, o que te dá força e apoio, o que te sustenta por dentro, quando tudo o mais desmorona à sua volta. Eu quero saber se você consegue ficar sozinho consigo o mesmo e se você gosta, verdadeiramente, da sua companhia nos momentos vazios.
É isso que eu te convido a saber...
Autor: desconhecido.
domingo, 11 de agosto de 2013
Em vez de Mais Médicos, menos doentes
» DIOCLÉCIO CAMPOS JÚNIOR
Professor emérito da UnB, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria e representante da SBP no Global Pediatric Education Consortium
» EDUARDO DA SILVA VAZ
Médico, é presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria
Professor emérito da UnB, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria e representante da SBP no Global Pediatric Education Consortium
» EDUARDO DA SILVA VAZ
Médico, é presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria
Publicação: 09/08/2013 04:00
Os governos insistem em medidas paliativas para resolver os enormes desafios da saúde pública brasileira. Parecem desconhecer a verdadeira gênese das doenças que assolam o país e infernizam a vida dos cidadãos. Investem quase nada em políticas que contribuam para o inadiável saneamento capaz de conferir condições de vida identificadas com o bem-estar físico, mental e social do indivíduo. Ao contrário, entendem promoção de saúde como tratamento de doenças. Por esse motivo, históricos e respeitáveis sanitaristas definem o Brasil como um imenso hospital.
O aumento da quantidade de doentes que povoam o cotidiano da sociedade é preocupante. Tanto nos rincões da miséria, quanto na pobreza que se avoluma na periferia urbana, fica patente a estreita relação entre as penúrias extremas em que sobrevivem as pessoas e os agravos físicos, o sofrimento orgânico e os danos mentais que exteriorizam as diversas morbidades com as quais estão condenadas a conviver. As causas da maioria das moléstias que afetam nossa gente são torpezas intrínsecas ao modelo de sociedade implantada, desde o período colonial, numa pátria amada e idolatrada que perpetua as desigualdades e consagra privilégios.
Não é o crescimento do PIB nem a distribuição generosa de bolsas que desfaz iniquidades geradoras da multidão de enfermos socorrida por enganosas estratégias como o programa Mais Médicos. O número desses profissionais nunca será suficiente para atender a demanda que não para de crescer. Dizer que faltam médicos no país é ludibriar a população, levá-la a crer que os buracos da saúde possam ser tapados mediante a mera proliferação de cursos de medicina e a importação de médicos estrangeiros cuja qualidade será sequer avaliada.
Em nenhum momento os governos têm a dignidade de reconhecer, com a devida ênfase, que a solução justa, real e inadiável para o problema é a adoção de políticas públicas prioritárias que façam convergir investimentos para diminuir o contingente de pessoas enfermas no país. É o único caminho que conduzirá ao equilíbrio entre a procura e a oferta de profissionais no âmbito da saúde pública.
Defender que basta produzir, importar e distribuir mais médicos em todo território nacional para melhorar o acesso da população à assistência médica reproduz a lógica que fez agigantar a frota de automóveis em todas as cidades. O objetivo era qualificar o acesso do povo à mobilidade urbana. O caráter mistificador da medida salta aos olhos. A mobilidade ficou ainda pior. O governo não investiu na erradicação da causa que está na origem do problema, qual seja a precariedade absoluta do sistema de transporte público, que permanece intocada.
Mais médicos para os discriminados não reduzirá a discriminação. As moradias seguirão paupérrimas, infectas, infectantes. O acesso à água potável, um sonho que termina no pesadelo da contaminação. O esgoto a céu aberto, por onde circulam dejetos e resíduos fecais, não desaparece da paisagem dos entornos urbanos nem de ruelas e vilarejos rurais. Moscas, mosquitos, ratos e baratas interagem estreitamente com os moradores de choças, palhoças, barracos, choupanas e casebres, transmitindo vírus, bactérias e parasitas que infestam, adoecem, sacrificam a maior parte de suas vidas.
A poluição atmosférica é cada vez mais pesada no ar respirado nas cidades. Produzida pela fumaça dos equipamentos industriais e pelos veículos automotivos, reduz a qualidade de vida, encurta o tempo existencial e desencadeia enfermidades respiratórias que sobrecarregam as unidades de atendimento médico. Os acidentes de trânsito, responsáveis por cerca de 40 mil óbitos anuais, geram portadores de sequelas, vítimas de deficiências de toda natureza. A violência palpita ruidosamente como grave arritmia social que atinge o coração da sociedade. Medo, incerteza, insegurança são ingredientes do pernicioso estresse que corrói as entranhas humanas, criando o caldo de cultura para graves e crônicas doenças que atingem expressiva parcela de habitantes.
Esse dantesco horizonte da saúde não se resolve com mais médicos. Nem com caridade. Requer, acima de tudo, respeito ao ser humano traduzido em ações urgentes, honestas, coerentes, transformadoras da deplorável realidade que os governos não parecem interessados em reverter. Preferem o imediatismo de atos que simulam compromisso, no claro intuito de fazer alguma coisa para que tudo fique como está. Em vez de Mais Médicos, o programa do governo deveria ser Menos doentes para o Brasil.
O aumento da quantidade de doentes que povoam o cotidiano da sociedade é preocupante. Tanto nos rincões da miséria, quanto na pobreza que se avoluma na periferia urbana, fica patente a estreita relação entre as penúrias extremas em que sobrevivem as pessoas e os agravos físicos, o sofrimento orgânico e os danos mentais que exteriorizam as diversas morbidades com as quais estão condenadas a conviver. As causas da maioria das moléstias que afetam nossa gente são torpezas intrínsecas ao modelo de sociedade implantada, desde o período colonial, numa pátria amada e idolatrada que perpetua as desigualdades e consagra privilégios.
Não é o crescimento do PIB nem a distribuição generosa de bolsas que desfaz iniquidades geradoras da multidão de enfermos socorrida por enganosas estratégias como o programa Mais Médicos. O número desses profissionais nunca será suficiente para atender a demanda que não para de crescer. Dizer que faltam médicos no país é ludibriar a população, levá-la a crer que os buracos da saúde possam ser tapados mediante a mera proliferação de cursos de medicina e a importação de médicos estrangeiros cuja qualidade será sequer avaliada.
Em nenhum momento os governos têm a dignidade de reconhecer, com a devida ênfase, que a solução justa, real e inadiável para o problema é a adoção de políticas públicas prioritárias que façam convergir investimentos para diminuir o contingente de pessoas enfermas no país. É o único caminho que conduzirá ao equilíbrio entre a procura e a oferta de profissionais no âmbito da saúde pública.
Defender que basta produzir, importar e distribuir mais médicos em todo território nacional para melhorar o acesso da população à assistência médica reproduz a lógica que fez agigantar a frota de automóveis em todas as cidades. O objetivo era qualificar o acesso do povo à mobilidade urbana. O caráter mistificador da medida salta aos olhos. A mobilidade ficou ainda pior. O governo não investiu na erradicação da causa que está na origem do problema, qual seja a precariedade absoluta do sistema de transporte público, que permanece intocada.
Mais médicos para os discriminados não reduzirá a discriminação. As moradias seguirão paupérrimas, infectas, infectantes. O acesso à água potável, um sonho que termina no pesadelo da contaminação. O esgoto a céu aberto, por onde circulam dejetos e resíduos fecais, não desaparece da paisagem dos entornos urbanos nem de ruelas e vilarejos rurais. Moscas, mosquitos, ratos e baratas interagem estreitamente com os moradores de choças, palhoças, barracos, choupanas e casebres, transmitindo vírus, bactérias e parasitas que infestam, adoecem, sacrificam a maior parte de suas vidas.
A poluição atmosférica é cada vez mais pesada no ar respirado nas cidades. Produzida pela fumaça dos equipamentos industriais e pelos veículos automotivos, reduz a qualidade de vida, encurta o tempo existencial e desencadeia enfermidades respiratórias que sobrecarregam as unidades de atendimento médico. Os acidentes de trânsito, responsáveis por cerca de 40 mil óbitos anuais, geram portadores de sequelas, vítimas de deficiências de toda natureza. A violência palpita ruidosamente como grave arritmia social que atinge o coração da sociedade. Medo, incerteza, insegurança são ingredientes do pernicioso estresse que corrói as entranhas humanas, criando o caldo de cultura para graves e crônicas doenças que atingem expressiva parcela de habitantes.
Esse dantesco horizonte da saúde não se resolve com mais médicos. Nem com caridade. Requer, acima de tudo, respeito ao ser humano traduzido em ações urgentes, honestas, coerentes, transformadoras da deplorável realidade que os governos não parecem interessados em reverter. Preferem o imediatismo de atos que simulam compromisso, no claro intuito de fazer alguma coisa para que tudo fique como está. Em vez de Mais Médicos, o programa do governo deveria ser Menos doentes para o Brasil.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Pico do Itambé com Quintal Radical.
Neste fim de semana, dia 03 de agosto, partimos com o Marconi Leão, do Quintal Radical, pra uma empreitada muito legal, mas nada fácil, pra quem anda sedentário como eu, com 42 anos e preparo físico de consultório.
O objetivo foi subir o Pico do Itambé, nas região de Diamantina, partindo da cidade de Santo Antônio do Itambé, onde está localizado o Parque Estadual do Itambé, área de preservação ambiental.
Saímos de Diamantina mais tarde do que o combinado, devido a imprevistos, normais de acontecer e nada que mereça ser destacado.
Chegamos na portaria do parque e tudo estava organizado. Lista das pessoas que iriam subir e o guia que nos acompanharia.
Fomos de carro até o ponto de caminhada dentro do parque. Olhos pra cima e já a primeira sensação de "será que consigo ? ".
Como a estrutura é pracária, devido às próprias condições do local e da subida, tivemos que levar as mochilas com barraca, roupas de frio, bebidas, comida e barras de cereais e tudo que seria necessário. . Fui cair na besteira de pesar as mochilas, antes de sair de casa. A minha com 14 kg e a de Bete, com 10kg. E sem poder tirar nada. Havia somente o necessário e tudo foi realmente usado. Pra aliviar, colocamos os vinhos em garrafas de plástico, pois pesa menos e não há risco de quebrar em alguma queda. Claro, com o frio lá em cima e a necessidade de brindar a conquista, todos levaram vinho. E como não podia faltar, o violão foi sendo revezado por todos, na subida.
A subida foi dividida em 3 paradas.
A primeira etapa já mostra o nível difícil, mas vencida sem problemas, por ser a primeira etapa. Mas até o corpo esquentar, a gente já sente o drama, já bem alto e com o visual dos carros minúsculos, lá embaixo.
A segunda parada ocorre no último ponto de água, antes do topo (no topo também não há água). Há um córrego bem pequeno com duas panelas de água, que dá pra refrescar e até sentar dentro. Deste ponto em diante, o trajeto alterna subidas íngremes com poucos pontos planos, que dão pra aliviar as pernas. Daí a terceira parada foi na ponte de madeira, e de lá é a partida até o cume. Linda, mas sofrida e com subidas radicais e alguns pontos até perigosos, mas que com pouco cuidado, não há risco. A chegada ao cume recompensa todo o esforço.
O visual do pôr do sol é fantástico, bem como a vista de todo a região. Lá de cima podemos ver Diamantina, Santo Antônio, Capivari, Serro, São Gonçalo, Milho Verde e Datas. Há duas casas lá em cima. Um está melhor, até com luz e tomada pra ligar o ebulidor e fazer os miojos. Deu pra armar várias barracas lá dentro e outras duas, foram montadas numa areia legal num ponto mais baixo que o cume, protegido do vento. O vento impressiona. Como a casa não tem portas nem janelas (todas quebradas pelo vandalismno que reinava antes do Pico virar Parque e ser vigiado), as barracas dentro de casa balançavam e o som do vento é forte mesmo. Lá em cima não tem banheiro, nem água tratada. Havia dois garrafões de água da serra levados pelos funcionários. Marronzinha, mas era a que tinha. Aquela história de que a água de nossa região é escura, mas limpa...
A noite misturamos as comes e bebes de todos e tocamos violão tomando vinho, pra ajudar a esquentar e ajudar o sono.
O nascer do sol é outro show a parte e como não há como acordar tarde, ninguém perdeu este espetáculo.
De manhã, mais uma mistura coletiva pro café e pra aliviar os pesos das mochilas, o objetivo era comer e beber tudo. Foi até divertido.
No início da descida, vem aquela sensação de alívio, mas na terceira parada, os joelhos já deixavam claro, que o esforço das pernas pra subir, dói bem menos.
Devido as dores e ainda uma torção no joelho esquerdo, peguei o embalo na última etapa da descida, mas foi muito sofrido e doloroso. Temia parar e não conseguir partir mais. Foi tenso e apesar de enxergar os carros lá embaixo, a caminhada parecia não ter fim.
Pra quem deseja curtir este passeio, vale a pena fazer contato com o Marconi, do "Quintal Radical".
Algumas fotos, pra lembrar que sempre vale a pena.
Esta planta vermelha é carnívora. Estava devorando uma formiga, mas não saiu bem na foto.
Vejam na foto abaixo, o grau da subida.
Pés pra cima e uma dose de ar condicinado na chegada.
Cachoeira do Neném. A água mais fria que vocês podem imaginar. Todos pularam e saíram bem rápido, cada um depois de um puta merda, pqp, Nossa Senhoras, Cruz Credo, Putz etc e tal.
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