Quando questionamos vários assuntos, relacionados a vinda dos médicos estrangeiros, uma das questões é a falta de um plano de carreira, garantia de emprego, férias, 13º salário, etc. Tudo que um trabalhador normal tem direito, nós não recebemos e assim como já aconteceu comigo, está aqui o exemplo de como somos dispensados.
Eu atendia em São Gonçalo do Rio Preto, MG. Era até um sacrifício, pra eu ajustar minha agenda e ir lá atender, todas as quartas feiras. Nunca faltei ou atrasei, um dia sequer. Indo até atender doente, pra não deixar a população que vinha da zona rural, perder as caminhadas, muitos com crianças no colo.
Simplesmente, na mudança de prefeito, eu e outros médicos que lá atendiam, recebemos uma carta, desse tipo:
É isso, que acontece com inúmeros médicos no país. Somos contratados, como prestadores de serviço, e não recebemos nenhuma garantia ou plano de carreira.
Como a maioria das discussões deste assunto, envolvem pessoas que nada sabem da realidade de nossas vidas, da nossa responsabilidade, da nossa carga de trabalho absurda, a que muitos sequer conseguiriam apenas ficar olhando o que faço durante a semana, encerro aqui este assunto.
Pauto minha vida no estudo, na responsabilidade, no cumprimento do meu serviço e em nada vai mudar a minha vida, com esta vinda de médicos de outro país. Ficaria feliz, sim, se resolvessem as questões, a que esta propaganda enganosa prega e mais ainda feliz eu ficaria, se desembarcassem aqui em Diamantina, uma legião de pediatras, pra eu poder trabalhar com mais calma, atender menos, estudar mais, tocar mais violão, curtir mais meus cães e minha família. Moro a 150 metros dos meus pais e costumo ficar sem vê-los por até 10 dias.
Então, desejo boa sorte a cada um, do seu jeito. Se virem a suas maneiras, critiquem com despeito e desconhecimento, mas vejo com este tipo de assunto, como as coisas precisam ser colocadas no seus devidos lugares. É a vida, é o mundo e assim também são as pessoas, desde a época em que Caim matou Abeu.
Afinal, pra morte não há médico, nem remédio, nem consolo, nem conforto, nem Dilma, que acalente os entes queridos.
Papo encerrado.
ass. Rodrigo Cavalcanti Gonçalves.
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