Este texto é muito bom. Inclusive para padronizar os sinais entre os companheiros de viagem. Sempre digo que é lendo e estudando que a gente aprende a rodar com mais segurança e reduzindo o risco de acidentes. Andar devagar não é sinônimo de segurança e sim respeitar os limites da sua moto, de você mesmo e da estrada. Respeitar as leis de trânsito, observar todo o tráfego em volta, ultrapassar com segurança e distância dos demais, evitar manobras bruscas na estrada, manter distância de segurança e permitir que seja logo ultrapassado quando for o caso.
Boa leitura.
Dicas gerais para viagens de moto
Pelo motociclista José Otávio, de Taubaté/SP (67 anos)
Esse breve e despretensioso manual vai tentar ajudá-lo em suas viagens de moto, seja você um “viajante solitário”, mesmo que com sua garupa, seja em grupos de amigos ou com motociclistas de seu MC.
Planejamento:
É muito importante um bom planejamento da viagem enquanto ainda estamos em nossa cidade, em nossa casa, com telefone a mão, na frente do computador, sem chuva. Com os recursos atuais, Google maps, sites de viagens, de hotéis, de previsão do tempo, ficou muito mais fácil planejar uma viagem prazerosa e segura, sempre em conjunto com os parceiros, de forma que o roteiro, datas, etc., sejam decididos com antecedência e de comum acordo. Um líder deve ser escolhido baseado em diversos detalhes, tais como experiência com motos, com viagens em grupos, conhecimento das estradas do roteiro estabelecido, potência da motocicleta, espírito de liderança, entre outros.
Cumprir horários é respeitar seu companheiro de viagem e ser respeitado.
Bagagem:
Quando viajamos de moto, uma bagagem mal planejada pode prejudicar o rendimento da viagem gerando desconforto. Lembre-se que todo o dia no final da viagem, já cansado, você terá que retirar a bagagem da moto e carregar até um quarto de hotel, e no dia seguinte levá-la até a moto e fixá-la novamente no lugar. Pode parecer fácil, mas depois de 5 dias de viagem vira um “saco”.
Itens indispensáveis:
Dinheiro em espécie (abastecer, comer, dormir), se for para o MERCOSUL, importante fazer a conversão R$ por Peso Argentino, Uruguaio, Chileno ou Guarani. Nunca viaje para fora do Brasil sem portar pelo menos R$ 100,00 em moeda do país. Cartão de crédito usa-se muito para abastecer em hotéis e restaurantes.
Peças de reposição mais sujeitas à quebra, vela de ignição, lâmpadas sobressalentes, câmara de ar, uma emenda de corrente, reparador instantâneo de pneu sem câmaras, spray para enchimento emergencial de pneus com câmara, ferramentas e cabos de aceleração e embreagem. Em viagens longas sempre saia com um par de pneus novos e rodas balanceadas.
Capacete de qualidade, leve e uma excelente viseira são indispensáveis, assim como uma viseira extra e um par de óculos escuros confortável.
Celular só dentro do Brasil - não pega nos outros países sem contrato especial.
Cartão e telefone da sua seguradora.
Roupas apropriadas de moto-viagem, algumas camisetas de preferência de cores escuras, que podem ser lavadas em hotéis ou lavanderias nas cidades onde ficarem mais de um dia. Cuecas serão lavadas no banho à noite. Um moletom sempre cai bem. Não leve muita roupa.
Máquina fotográfica para registrar as belas paisagens e os bons momentos – fotografe sempre as placas com nomes das cidades é bem interessante como recordação. Se tiver bateria e cartão de reserva é bom levar.
Abastecimento > as paradas deverão ser em média a cada 200/250 km, aproveitando para dar uma boa olhada na moto e na bagagem. Importante verificar sempre o nível do óleo – sempre. Recomendo caminhar pelo menos uns 100/200 metros e fazer alguns exercícios de alongamento, beber água e usar o WC. Uma vez a cada dois ou três dias calibrar os pneus e lubrificar a corrente.
Água > ter sempre a mão uma garrafa de água presa sobre a bagagem.
Ferramentas & outros > o jogo de ferramentas da moto e um bom alicate extra, mapas, uma pequena lanterna, mangueira média de uns 2 m, um pano limpo, aranhas, remédios básicos, bloco de anotações, caneta, uma pequena calculadora, uma trava corrente ou cadeado, tirantes, lubrificante spray para corrente, fita adesiva SilverTape e isolante, canivete ou faca de serra, luvas látex, protetor labial e solar. Bandeira brasileira se for sair do país.
Polícia Rodoviária:
No Brasil ou no exterior, seja simpático e afável, cumprimente o policial, responda somente o que for perguntado. Externar nervosismo falta de paciência ou pressa pode gerar desconfiança e irritação no policial. Nunca reclamar, sempre manter uma relação calma, amigável.
Ciclística:
Respeite o seu ritmo. Mesmo viajando com motociclistas mais experientes, respeite seu próprio ritmo, siga na velocidade em que se sentir mais seguro e faça paradas regularmente, sempre que estiver se sentindo cansado, mesmo que os outros motociclistas tenham um ritmo mais veloz. Nas curvas entre na SUA velocidade.
Na chuva, relaxe o corpo para sentir menos frio. Redobre a atenção e evite andar e frear por cima da faixa de marcação, pois a tinta tem uma película escorregadia tirando a aderência do piso.
Os motociclistas em grupo devem sempre ocupar uma pista inteira na rodovia, mantendo formação defasada como marcas de “passos na areia”. É importante manter-se dentro do campo de visão do motociclista à sua frente verificando se ele pode vê-lo pelo retrovisor. A distância entre as motos deve aumentar conforme o aumento da velocidade. Farol baixo sempre ligado.
As ultrapassagens, sempre que possível, devem ser feitas de forma contínua, o líder deve esperar condições que permitam a ultrapassagem de todo o grupo. Uma ultrapassagem segura requer entrosamento entre o líder e o último motociclista. Após uma ultrapassagem todos devem retornar a posição original. No caso de trânsito muito intenso, as ultrapassagens devem ser feitas gradualmente e o líder deve esperar que o grupo se una novamente, antes de iniciar um novo processo de ultrapassagem.
Sinais mais utilizados:
Parada ou emergência à frente > Braço levantado e mão esquerda espalmada para cima.
Reduzir a velocidade, posto policial ou radar > Braço esquerdo aberto subindo e descendo “batendo asa”.
Obstáculo à frente: uma lombada, trecho com asfalto ruim ou buraco > Apontar com a mão esquerda para baixo
Virar a esquerda > apontar com a mão para esquerda na altura do ombro > além do pisca-pisca, é lógico.
Virar a direita > Apontar para a direita por cima da cabeça – além do pisca-pisca, é lógico.
Retornar adiante > Apontar com o dedo para cima fazendo círculos no ar
Importante: todos os integrantes do grupo devem repetir os sinais, sempre com a mão esquerda, para os que vêm atrás.
Não relate o seu destino ou rota para desconhecidos, mostre sempre o roteiro diferente ou inverso.
Normas pré-estabelecidas pelos motociclistas em grupo:
Horário e local de saída > definido nas reuniões de planejamento. Neste horário [sagrado] todos já devem estar prontos para partir. Nada de tomar café, fumar, telefonar, ir ao WC, ficar arrumando a bagagem na moto. Horário de saída é de saída, arrumação é ANTES do horário de saída.
Estradas, cidades e pontos de interesse já foram estabelecidos e discutidos nas reuniões de planejamento, devendo ser cumpridos salvo de comum acordo entre a maioria. Sugestões serão sempre bem-vindas e avaliadas.
A velocidade de cruzeiro será de 100-140 km/h, sempre respeitando as condições da estrada e as condições climáticas. Velocidades estas para uma viagem menos cansativa, ou seja, para uma maior resistência a longos percursos, e para maior capacidade de autonomia das motos. Esta rotina de velocidade visa aproveitar melhor a luz do dia para viagem, chegando ao destino programado o mais cedo possível evitando pilotagem à noite e facilitar a escolha de hotéis e também conhecer melhor as cidades e tomar uma cervejinha.
As paradas para abastecimento são calculadas entre cada 200/250 km, salvo imprevistos, e não devem exceder o tempo de 30 minutos. Abastecimento preferencialmente em postos grandes, próximos às cidades e com bandeira – evitar postos de “beira de estrada”. Na parada para o almoço, ou um lanche, o tempo limite será de uma hora. Importante frisar que excesso de comida no estomago pode comprometer o reflexo do motociclista na estrada. Jamais ingerir bebida alcoólica durante o percurso – pode estragar o passeio de todo grupo.
Decisões: deverão ser tomadas com democracia e a experiência de cada um será levada em consideração: a maioria decide quando, aonde e como. A minoria deverá acatar as decisões de forma esportiva, e educada.
Nosso lema sempre será: um por todos e todos por um.
fonte: rock riders
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