quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Preconceitos com os motociclistas

Com o aumento dos crimes praticados por bandidos em motos, está nascendo um estigma que está incomodando os motociclistas do Rio de Janeiro. Para o presidente da Federação de Moto Clubes do Rio de Janeiro (FMCRJ), Carlos Souza Ferreira, o K2, é comum ver pessoas “se precavendo” quando um motociclista está por perto.

– A motocicleta não pode ser vista como agente de assalto, e sim como um meio de transporte e lazer. Tenho observado que nos sinais as pessoas ficam preocupadas quando uma moto para do lado.

O presidente do Moto Clube Coração de Estradeiro, e também diretor de segurança da Federação, Paulo Athaíde Melgaço, atribui o medo à forma como são divulgados os crimes praticados com motos pela imprensa.

– Atribuem o crime a um motociclista, mas quando o roubo é praticado por alguém de carro, os jornais não dizem que foi um motorista – observa.

Por conta do aumento de crimes com moto, Carlos reuniu-se anteontem com o secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, para propor modificações na fiscalização.

– O secretário informou que está formulando uma estratégia para intensificar as blitz que param motociclistas e que já conseguiu um galpão para guardar as motos recuperadas pela polícia.

Carlos disse que a Polícia Militar não dispõe de número suficiente de motos para fazer o patrulhamento das vias do Rio de Janeiro.

– Não há como a PM perseguir alguém de moto na hora do rush se estiver de carro. O trânsito não permite. Por isso, propusemos mais motos na PM – contou K2.

O deputado estadual Nilton Salomão (PMDB) elaborou o Projeto de Lei nº. 2524/2009, que propõe que o número de motos da PM seja proporcional à quantidade de motocicletas em circulação na cidade. Seriam 1% nos municípios onde houver mais de cem mil motos, 2% nas cidades em que o número for entre 50 e 100 mil motos e 3% onde as motos forem menos de 50 mil.

– A polícia necessita de equipamentos que permitam dar uma resposta imediata às ações criminosas.

Salomão, que passou a prestar atenção nas motos “por conta do número de acidentes que vitimam jovens”, diz que a situação das motos no Rio precisa ser estudada.

– O aumento do número de motos no estado é assustador, são cerca de 700 mil. E não há política para o tema. Há a questão dos roubos, os acidentes e os motoboys, que são pressionados por seus contratantes para cumprirem prazos.

Para resolver a questão dos motoboys, e também dos mototaxistas, Salomão disse que estão sendo discutidas as providências.

– Na Alerj, estão sendo feitos estudos para que os profissionais que usam as motos como meio de trabalho sejam qualificados através do Detran.

Fonte: Site do Jornal do Brasil/ Rock Riders

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