quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Homem. O Seu Custo. O Seu Preço. O Seu Valor!

“Fulano não vale o que come.”

Meus amigos, existem algumas perguntas muito difíceis de serem respondidas. Eis três delas: Quanto custa um homem? Qual o preço de um homem? Quanto vale um homem? É sobre as respostas a essas perguntas que quero tratar com você hoje.

A primeira pergunta: Quanto custa um homem? Talvez das três seja esta a mais fácil de responder. O homem, assim como qualquer objeto, custa o montante que se gastou para construí-lo. Esse é o custo. Eu já vi tentativas de cálculos levando-se em consideração desde o valor pago no exame realizado para fazer o diagnóstico da gravidez, o leite gasto em sua alimentação inicial, o alimento durante toda a sua vida, a vestimenta, a escola, o transporte, a hospedagem... até se chegar a um valor, digo, a um montante. Pronto. Este homem custou tanto para ser construído.

Errado! Longe da verdade. Como computar as emoções, as expectativas, os sonhos, os sofrimentos, as frustrações... os abraços, os beijos, os carinhos que se lhe foram adicionados para se chegar a esse homem?!

Portanto, meu amigo, não tem como calcular o custo de uma pessoa humana. Um dia um soldado morreu e, aproveitando o seu corpo, construiu-se um super soldado. Deram-lhe o nome de Cyborg – O Homem de Seis Milhões de Dólares. Esse foi o montante de dinheiro que se usou para construir aquele indivíduo. Mas aquilo era máquina. O homem não é uma máquina. Pelo menos não é apenas uma máquina.

Impossível calcular quanto um homem custa!

A segunda pergunta: Quanto vale um homem? Você, meu estimado, já ouviu muitas vezes afirmações como: Fulano não vale nada! Aquilo trocado por m... é caro! Por outro lado, já ouvimos: Sicrano é um sujeito de muito valor!

Valor é quase como a fama. É um bem que o sujeito constrói sobre si na cabeça dos outros... é um conceito, uma opinião que os outros têm sobre a gente. Quantas vezes uma pessoa tem um valor enorme perante a opinião dos outros, entretanto, mergulhado numa infeliz depressão, para si ele não vale nada.

Quantas pessoas de muito valor cada um de nós conhece?! Como me faz bem conhecer pessoas de valor. O valor de um homem está muito ligado à ética, à moral, à seriedade, à honestidade, à correção de conduta, ao caráter, ao trabalho realizado e aos objetivos buscados. Está muito ligado ao que ele deixará depois que faltar. O valor não está ligado ao que a pessoa tem, ao que fala, ao barulho que produz.

Para mim, por exemplo, a pessoa de maior valor que conheci era cega de nascença, nunca cortou os cabelos, benzia e sofria de bronquite asmática. A madrinha dos nove filhos do meu pai.

Como você pode perceber, valor é o resultado de uma soma de fatores abstratos, etéreos, porém, facilmente detectáveis.

Terceira pergunta: Qual o preço de um homem? Você já ouviu a afirmação: Todo homem tem o seu preço! Eu também já. Houve época em que eu acreditava que esta afirmação era incorreta. Ou que pelo menos tinha exceções. Hoje penso diferente. A vida me ensinou que se você ainda não se vendeu é porque ainda não chegaram ao seu preço.

Sabe aquela afirmação: A necessidade é que faz a pessoa gemer?! Alguns se vendem por necessidade, outros por vaidade... outros por não resistirem ao som do “estrume do diabo” (conforme minha mãe se referia ao dinheiro). Alguns se vendem por migalhas (“trinta moedas de prata”), outros por milhões. Pode ser, meu querido amigo, que você ainda não teve a necessidade de se vender. Agradeça ao Pai. Não é mérito seu. É graça do Pai. Existem moedas que são irresistíveis... principalmente aquelas que não se deposita em contas bancárias, aquelas com as quais não se adquire patrimônio material... a vida de um filho, por exemplo. Para salvar um bem amado você se vende... você paga até com a própria vida.

Outros, porém, por milhões vendem sentenças, interferem no equilíbrio natural da balança da justiça... mandam para cadeia inocentes ou mantém em liberdade criminosos.

Outros surrupiam, sem necessidade, alimentos, ou roupas, ou calçados, encaminhados para socorrer vítimas de catástrofes. Todos, aqueles e estes, protegidos pelo silêncio do escondido, pela sensação de segurança transmitida pela impunidade, quando descobertos, cobrem o rosto para não serem identificados.

Estou aqui tratando de teses e não de fatos, embora, as notícias recentes insistem em apontar ao contrário.

Então, meu irmão, quanto você custa? Quanto você vale? Qual é o seu preço? Você custa muito para os seus, vale muito para todos – sua família, seus amigos, a sociedade, a humanidade – e o seu preço depende de você. Pense nisso.

*O autor é médico em Dourados – Mato Grosso do Sul – O Estado do Pantanal.

Autor do livro Pós-Graduação na Universidade da Vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Após moderação, se o comentário não for desrespeitoso, preconceituoso, relacionado a sites ou comentários desonestos, será postado.