sexta-feira, 13 de março de 2009

Moleque de Rua



Moleque de Rua

Que expectativa pode ter?
Este tipo de vida é de doer.

Vida como é vista bandida,
Só quem vive sabe como é sofrida,
muitas vezes curta, raras vezes comprida.

Noite gelada, corpos estirados na calçada

E por baixo de cada papelão pulsa forte um coração.
É... ali embaixo há uma pessoa,
Que sempre nos dá a impressão de ser alguém àtoa
e que pra ele tá tudo numa boa,
tanto faz se o sino toca ou soa.

É sempre mais cômodo fingir não ver o que acontece.
Se ele come, bebe, se droga ou adoece...

Nenhuma reza é pra ele, que faz errado a reza dele... ?

Que culpa pode este alguém ter?

Todo dia é o seu último, na esperança de sobreviver.
Do sol nascer e ele se sentir acordado,

Por que não foi baleado, pisoteado, espancado, esfaqueado, queimado
ou tudo quanto é ado,
que rima com cadeado,
que trancamos e nos aprisionamos do nosso lado.
Porque dá um trabalho danado pra pegarmos um trapo na gaveta e dividir com o pobre coitado.


poesia: Rodriguim - escrita em Juiz de Fora, MG, após uma ceia de miojos e tang na calçada com alguns Moleques de Rua. Foto: capitada na net. (fotogarrafa.com.br)

Um comentário:

  1. Rodrigo,
    Obrigado pela visita e pelos comentários sobre o passadiço virtual.
    Parabéns pelo seu blog.O importante é dar voz aos nossos pensamentos, sonhos e trocar informações com os amigos.
    Grande abraço
    Fernando

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