segunda-feira, 16 de março de 2009

O Pedestre e o Trânsito


O maior número dos óbitos relacionados a acidentes de trânsito envolvem os pedestres, vítimas de atropelamento.

Existe a fama do culpado ser sempre o motorista ou motociclista, mas a velha frase, “a preferência é sempre do pedestre” não é verdadeira.

Muitos atropelamentos acontecem por imprudência e desrespeito do pedestre em relação às leis de trânsito ou mesmo por desconhecimento das sinalizações tanto para ele quanto para os veículos.

No trânsito as situações de riscos são constantes e precisam ser gerenciadas por todos: motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres.


Os idosos e as crianças são os maiores grupos de risco de atropelamento.

Os idosos, pelo reflexo diminuído, baixa acuidade visual e movimentação lenta. Não é raro que os atendentes do resgate escutem: “achei que dava tempo...” ou “não vi o carro vindo”.

As crianças são também pedestres com grande risco de acidentes e atropelamentos pela imaturidade neurológica que não os deixam perceber e relacionar bem distância e velocidade. Por isso “pulam” de repente na frente dos veículos. São rápidos, fazem movimentos bruscos de mudanças de direção e os de menor idade desconhecem o risco a que estão expostos. Pela baixa estatura as crianças não têm visão por cima dos veículos, tampouco são vistas atrás deles, de arbustos ou qualquer outro ponto cego de visão. Com isso aparecem de surpresa quando decidem atravessar a rua.
As crianças também têm o ângulo visual mais fechado que o do adulto; com isto olham primeiro para os detalhes, um de cada vez e somente depois disso, elas olham o conjunto. Daí o maior risco de se exporem a situações de risco no trânsito.


No trânsito não existe função fixa. De acordo com a situação, a mesma pessoa assume diferentes papéis: motorista, motociclista, ciclista, passageiro, pedestre, cavaleiro, etc.
Os interesses, as expectativas, o comportamento e a conduta demonstrados no exercício de cada um desses papéis são também diversos.
Para garantir o equilíbrio entre esses interesses coletivos é que se estabelecem acordos sociais, sob formas de regras, normas e sinais, que sistematizados formam as leis.
Compreender as leis de trânsito e respeitá-las garante a proteção da vida, que é nosso bem maior.

Exemplos do Código de Trânsito Brasileiro:

Art 254: É proibido ao pedestre:
I- Permanecer ou andar ns pistas de rolamento, exceto para cruzá-la onde for permitido.
II- Cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes ou túneis, salvo onde exista permissão.
III- Atravessar a via dentro de áreas de cruzamento, salvo quando houver sinalização para este fim.
IV- Utilizar–se da via em agrupamentos capazes de perturbar o trânsito, ou para a prática de qualquer folguedo, esportes, desfiles e similares, salvo em casos especiais e com a devida licença da autoridade competente.
V- Andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou subterrânea.
VI- Desobedecer a sinalização de trânsito específica.
Infração – leve

Penalidade - multa, em 50% do valor da infração de natureza leve.

Obs: art 68 parágrafo 2: Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou quando não for possível a utilização destes, a circulação de pedestres na pista de rolamento será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar comprometida.

Para sua segurança como pedestre, aqui vão algumas dicas:
• Cortesia, respeito, tolerância e solidariedade são fundamentais na relação com os outros usuários da via;
• Olhe sempre para todos os lados antes de atravessar para verificar o fluxo dos veículos e avaliar as condições para a travessia. Atravesse sempre pela faixa de pedestres quando ela existir;
• Se um veículo de emergência com sirene ou luzes de advertência ligadas estiver se aproximando, aguarde no passeio e só atravesse após a passagem dele;
• Atravesse a via sempre em local que possibilite aos demais enxergá-lo. Os pontos cegos de visão entre condutores e pedestres são: curva, subida, descida, vegetação alta, árvores, postes, veículos estacionados, na frente ou atrás dos ônibus parados, ou qualquer outro obstáculo que impeça de você ver o veículo e que impeça que o motorista veja você.;
• Vista-se com roupas que facilitem seus movimentos. Prefira roupas claras, se você for pedestre ou ciclista.
• Idosos devem ser acompanhados, principalmente nas travessias;
• Ensinar as crianças as situações de perigo e como devem se comportar nas ruas;
• Ande sempre nas calçadas quando elas existirem;
• Após descer de ônibus, carros ou motocicletas só atravesse após ele ter arrancado e distanciado;
• Cuidado com medicamentos com efeitos sedativos. Eles reduzem o seu reflexo e suas atitudes na locomoção.

Texto: Rodriguim / Foto: Jornal o Globo

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