segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Não morra em vida.

Hoje em tempos de internet a gente recebe o mesmo e-mail diversas vezes, até no mesmo dia.
Alguns voltam à tona depois de um tempo e daí começam a chegar com freqüência outra vez. E assim foi esta semana com um e-mail de uma psicóloga detonando o comportamento do cantor e compositor Agenor de Miranda Araújo Neto Nascimento, mais conhecido como Cazuza.
Entendo a posição da psicóloga quando detona o Cazuza, dizendo que se tratava de um filhinho de papai que não precisou ralar pra chegar ao sucesso, que era drogado e homossexual. Sim,mas e daí ?
Claro que não estou aprovando este tipo de comportamento, mas estava ontem justamente assistindo um DVD de shows do Cazuza e em seguida assisti a reportagem sobre o desaparecimento do cantor Belchior. Então comecei a questionar como estariam e o que estariam fazendo de boa música hoje em dia, cantores como Raul Seixas, Cazuza, Tim Máia, etc.
O Belchior tem músicas excelentes que adoro, mas o cara já sumiu há muito tempo. O que o Zé Ramalho fez de boa música nos últimos 20 anos? O infeliz ainda vive das ótimas músicas que fez e seu shows são regados a “Vida de Gado“, “Garoto de Aluguel“, “Chão de Giz”, “Avohai” e coisas daquela época. O Beto Guedes está um morto vivo, literalmente. Acabado, envelhecido e com dentes podres e amarelos que dão nojo de ver numa entrevista. O lobão, hoje em dia Bobão, sobrevive tentando ser apresentador na MTV e a Rita Lee está ridícula fazendo papel de doidona quase aos 70 anos de idade.
Viver é bom demais, mas para os artistas a morte em vida deve ser a maior tragédia. Daí o conceito da turma que já morreu com suas loucuras e overdoses. “Eu prefiro viver dez anos a mil, do que mil anos a dez.” Ou seja, viva pouco, mas viva intensamente. E só assim eu também acho que a vida é vivida por completo. Há um número sem fim de pessoas que vivem numa falsidade imbecil querendo ser em o que nunca foram ou vivendo para darem satisfação a sociedade. Casais que não vivem bem mas querem manter a aparência pro mundo e vivem infelizes embaixo do mesmo teto. E assim caminha a humanidade. Se avareza, inveja, luxúria, ira, soberba, gula e preguiça são pecados capitais, o inferno deve estar com lotação esgotada. No céu apenas Pai, Filho e Espírito Santo, na maior solidão das imensidão vendo aquela multidão lá embaixo.
E caras como Cazuza e Raul que viveram pouco mas com intensidade, produziram coisas que se eternizaram. Tenho certeza que em 2200 todo mundo vai estar cantando “Maluco Beleza” e a música “Brasil” do Cazuza vai estar ainda bem atual. Já o tchan, Carla Perez, o Vado, Alexandre Pires e cantores ridículos do tipo, do mesmo modo que surgem, somem em poucos meses. A eguinha pocotó já não relincha mais, ainda bem.
Então vamos viver verdadeira e intensamente. Você pode até viver pouco, mas é a única maneira de viver a vida por completo. E é daí que tiro as conclusões de que o Agenor deixou sim um bom exemplo, ao contrário do que diz o e-mail.

ass. Rodriguim.

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